Por Peter Nichols e Iona Serrapica
LONDRES (Reuters) - Milhares de manifestantes foram às ruas em cidades ao redor do mundo nesta segunda-feira iniciando duas semanas de desobediência civil pacífica para exigir ações imediatas para reduzir as emissões de carbono e evitar um desastre ecológico.
Em Londres, a polícia prendeu 276 ativistas do grupo Extinction Rebellion durante ato em que eles bloquearam pontes e vias no centro da cidade e colaram-se em carros, enquanto manifestantes em Berlim interromperam o tráfego na rotatória da Coluna da Vitória.
A polícia holandesa interveio para prender mais de 100 ativistas que bloqueavam uma rua em frente ao museu nacional do país e houve protestos semelhantes na Áustria, Austrália, França, Espanha e Nova Zelândia.
"Desculpem por bloquearmos a via, mas isso é uma emergência", mostravam cartazes exibidos por ativistas em Amsterdã.
No distrito financeiro de Nova York, os manifestantes espalharam sangue falso no Touro de Wall Street e neles mesmos, e se deitaram ao redor da escultura para evocar seus medos de uma catástrofe ambiental mortal.
Os protestos são a etapa mais recente de uma campanha global por medidas mais duras e rápidas contra as mudanças climáticas coordenada pela Extinction Rebellion, que ganhou destaque em abril, quando atrapalhou o tráfego no centro de Londres por 11 dias.
No mês passado, milhões de jovens inundaram as ruas de diversas cidades ao redor do mundo, inspirados pela ativista sueca Greta Thunberg, de 16 anos.
O Extinction Rebellion diz que espera protestos pacíficos nas próximas duas semanas em mais de 60 cidades pedindo aos governos que reduzam as emissões de gases de efeito estufa e interrompam a perda de biodiversidade.
Tocando bateria e cantando, os manifestantes em Londres tomaram a Trafalgar Square (NYSE:SQ) e marcharam pela avenida que leva ao Palácio de Buckingham. Eles carregavam faixas com slogans, incluindo "A mudança climática nega um futuro a nossos filhos, a menos que ajamos agora".
"Estamos aqui porque o governo não está fazendo o suficiente na emergência climática", disse Lizzy Mansfield. "Temos apenas um planeta e estamos aqui para defendê-lo."
Em Berlim, a polícia começou a remover manifestantes da Potsdamer Platz no final do dia, depois que eles ocuparam a parte central durante grande parte do dia, cantando, fazendo discursos e criando um acampamento improvisado.
Os atos ocorreram no momento em que a chanceler alemã, Angela Merkel, defendia as medidas de proteção climática que seu governo deve aprovar na quarta-feira, mas que os críticos consideram pouco ambiciosos.
Em Amsterdã, a polícia estava alinhando ônibus urbanos vazios para levar os manifestantes presos, enquanto tentavam abrir uma grande via pública à tarde.
"A crise climática não está sendo levada a sério o suficiente pela política, e também pelas empresas. É por isso que entrei (no protesto)", disse um manifestante, que deu o nome de Christiaan.
Com eventos como clima extremo, degelo e aumento do nível do mar se desenrolando muito mais rápido do que o esperado, os cientistas dizem que a urgência da crise climática se intensificou desde a assinatura em 2015 do acordo de Paris para conter o aquecimento global.
Quase 70 países anunciaram planos em uma cúpula de ação climática da ONU no mês passado para reforçar suas promessas em Paris, mas grande parte das principais economias, incluindo Estados Unidos e China, não anunciou novas medidas mais fortes.
(Reportagem das redações da Reuters em Londres, Berlim, Amsterdã, Viena, Sydney, Paris e Madri)