(Reuters) - Os manifestantes de oposição ao regime militar de Mianmar escreveram mensagens de protesto em ovos de Páscoa neste domingo, enquanto milhares de pessoas retornaram às ruas para denunciar o golpe de 1º de fevereiro e enfrentar as forças de segurança, que atiraram e mataram pelo menos três homens.
No mais recente de uma série de protestos criativos, mensagens como "Revolução da Primavera", "Nós iremos vencer" e "Saia do poder, MAH" --referência ao líder da junta militar Min Aung Hlaing-- foram vistas em ovos em fotos nas redes sociais.
"A Páscoa tem tudo a ver com o futuro e o povo de Mianmar tem um grande futuro em uma democracia federal", disse o enviado internacional do governo civil deposto, dr. Sasa, em um comunicado.
Sasa, que usa apenas um nome, é membro de uma minoria étnica predominantemente cristã em um país majoritariamente budista.
A campanha contra a derrubada do governo eleito da ganhadora do Nobel Aung San Suu Kyi teve protestos, campanha de desobediência civil, greves e rebeliões que se espalharam nas redes sociais.
Jovens na principal cidade do país, Yangon, distribuíram os ovos com as mensagens de protesto, mostraram as postagens.
Multidões têm saído às ruas dia e noite, apesar de uma repressão sangrenta e das prisões de líderes ativistas, para mostrar o descontentamento com a volta do regime militar depois de uma década de passos hesitantes em direção à democracia.
A Associação de Assistência a Prisioneiros Políticos (AAPP), um grupo que monitora vítimas e detenções, disse que o número de mortos na repressão das forças de segurança aumentou para 557 ao final do sábado.