BRASÍLIA (Reuters) - Analistas consultados pelo Ministério da Economia voltaram a melhorar sua projeção para o déficit primário do governo central neste ano, distanciando-o, inclusive, do patamar projetado pelo governo, que é mais pessimista.
No mais recente boletim Prisma Fiscal, com estimativas coletadas até o quinto dia útil deste mês, a perspectiva passou a ser de um rombo primário de 786,5 bilhões de reais este ano, conforme mediana das expectativas, ante 844,8 bilhões de reais no mês passado.
O governo, por sua vez, estimou em novembro que o déficit primário do governo central ficaria em 844,6 bilhões de reais em 2020, num desequilíbrio histórico das contas públicas puxado pelos fortes gastos no enfrentamento à pandemia de coronavírus.
A meta para o governo central em 2020 é de déficit de 124,1 bilhões de reais, mas o governo não precisará cumpri-la em função do estado de calamidade pública pelo surto de Covid-19.
Para 2021, os analistas ouvidos pelo Prisma agora veem déficit primário de 227,2 bilhões de reais, ante 224,8 bilhões de reais do boletim de novembro.
Nesta semana, o Congresso aprovou Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) com meta de déficit primário de 247,1 bilhões de reais para o governo central em 2021.
Ainda segundo o Prisma, a expectativa para a dívida bruta em 2020 caiu a 92,5% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, frente a uma expectativa anterior de 94,5%. Para 2021, analistas estimaram que a dívida bruta baterá em 92,35% do PIB, também abaixo do percentual de 95,45% calculado antes.
(Por Marcela Ayres)