Responsável por medir oficialmente a inflação no Brasil, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) deve atingir de 3,5% a 4,2% no fim de 2024. Caso a projeção se concretize, será o segundo ano seguido em que estará abaixo do teto da meta inflacionária. Para este ano, a taxa a ser cumprida é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Na prática, a inflação poderá ser de até 4,5%. Em 2023, o mercado financeiro espera que o percentual seja de 4,46%, menor que o limite da meta (4,75%). A previsão é de que o resultado do ano passado seja divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 11 de janeiro de 2024.
O IPCA ficou em 4,68% no acumulado dos 12 meses até novembro, passando a estar abaixo do teto. O objetivo inflacionário de 3% também valerá para os próximos anos.
A partir de 2025, haverá o sistema de meta contínua: ou seja, será necessário perseguir 3% de inflação, mas o BC (Banco Central) poderá ter mais de 12 meses para isso.
Nos dois anos anteriores a 2023, no entanto, houve estouro da meta de inflação. Em 2021, o índice fechou em 10,06%, muito acima do limite (5,25%). Foi o maior patamar desde 2015, quando ficou em 10,67%.
Em 2022, houve desaceleração do IPCA, que encerrou em 5,79%. Mesmo assim, superou o teto da meta (5%).
Por dois anos seguidos, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, encaminhou uma carta pública ao presidente do CMN (Conselho Monetário Nacional), colegiado responsável por fixar a meta de inflação. Teve de dar explicações pelo descumprimento do objetivo inflacionário.
Em 2022, o CMN era comandado pelo então ministro da Economia, Paulo Guedes. No ano passado, o titular da Fazenda, Fernando Haddad, já estava à frente do conselho.
Para o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, as instituições financeiras e consultorias projetam crescimento de 1% a 2,2% em 2024. A média do mercado é de alta de 1,52%, metade do resultado que deve ser obtido em 2023 (cerca de 3%).
A Selic, por sua vez, deve seguir em queda e fechar o ano em 9%, de acordo com economistas consultados pelo Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo BC. Estimativas para a taxa básica de juros vão de 9% a 10% ao fim de 2024, conforme dados compilados pelo Poder360.
Dólar e desemprego
A moeda norte-americana terminou 2023 com queda de 8,06% no acumulado do ano, cotada a R$ 4,85. A menor cotação do ano passado foi registrada em 31 de julho, quando o dólar foi a R$ 4,72.
O mercado financeiro aposta em alta para o fim de 2024, exceto o Bradesco (BVMF:BBDC4), que projeta queda para R$ 4,70.
Já a taxa de desemprego no Brasil encerrou em 7,5% no trimestre de setembro, outubro e novembro. É o menor patamar desde fevereiro de 2015.
São 8,2 milhões de desocupados no país, segundo o IBGE, enquanto o número de brasileiros com alguma ocupação é de aproximadamente 100,5 milhões, o que representa um recorde.
Depois de um ciclo de queda, a taxa de desemprego deve voltar a crescer em 2024. O índice pode atingir até 9,3%, segundo as projeções.
Só a Fecomércio SP aposta que o ciclo de queda se manterá neste ano.
Dívida, resultado primário e balança comercial
A estimativa do mercado financeiro é de que a dívida bruta suba dos atuais 74,7% para até 80% no fim deste ano. Os agentes do mercado também projetam que o governo ficará distante da meta de zerar o déficit das contas públicas em 2024 –o rombo deve atingir pelo menos 0,7% do PIB (Produto Interno Bruto).
Já as projeções da balança comercial variam de superávit de US$ 66,0 bilhões a US$ 82,5 bilhões. Ficariam, contudo, abaixo do resultado recorde em 2023; até novembro, houve saldo positivo de US$ 89,3 bilhões.
Bolsa de Valores
O Ibovespa, principal índice da B3 (BVMF:B3SA3) (Bolsa de Valores de São Paulo), encerrou 2023 aos 134.185,24 pontos, o que representa alta de 22,28% em relação ao último pregão de 2022. Na 4ª feira (27.dez), atingiu a máxima histórica, quando fechou aos 134.193,72 pontos.
Estimativas do mercado financeiro indicam que o Ibovespa terminará 2024 com pontuação entre 122 mil e 160 mil pontos.