📢 Estratégia de IA ProPicks e veja o rali das Techs desacelerar. Subiu em julho 2x acima do S&P!Lista Completa

Milei envia pacote ao Congresso em meio a protestos

Publicado 27.12.2023, 15:22
© Reuters. Manifestantes protestantes contra a política econômica pelo presidente argentino Javier Milei frente aos Tribunais, em Buenos Aires
27/12/2023
REUTERS/Agustin Marcarian

BUENOS AIRES (Reuters) - O presidente da Argentina, Javier Milei, enviou nesta quarta-feira ao Congresso um pacote de leis para ser debatido em sessões extraordinárias, entre as quais se destaca a declaração de emergência econômica até 31 de dezembro de 2025.

"Para dar uma solução efetiva para a crise atual, o Congresso da Nação Argentina deve adotar um conjunto de medidas de emergência para devolver a democracia liberal e a economia de mercado e avançar na reforma do Estado", indica o texto do projeto de 351 páginas.

Na chamada "Lei de bases e pontos de partida para a liberdade dos argentinos", o governo propõe que "se tenha efetivamente a delegação legislativa (...) declarando a emergência pública em matéria econômica, financeira, fiscal, provisional, de segurança, defesa, tarifária, energética, sanitária, administrativa e social" até o final de 2025.

Além disso, o pacote estabelece "a maior desregulamentação do comércio, dos serviços e da indústria em todo o território nacional", a promoção da reativação produtiva por meio da eliminação de restrições à competição e da reorganização da administração pública nacional.

O projeto também prevê a privatização de 41 empresas públicas "com o fim de gerar maior competitividade e eficiência econômica", entre as quais se encontram a petrolífera YPF e as Aerolíneas Argentinas.

O governo também propôs um aumento nas tarifas de exportação do trigo e do milho de 12% para 15% e do farelo e óleo de soja de 31% para 33%, uma proposta que gerou reclamações do setor.

O Conselho Agroindustrial Argentino (CAA) disse que o aumento das tarifas prejudica o objetivo de gerar empregos, aumentar a produção e impulsionar as exportações.

"Embora a necessidade de alcançar o equilíbrio fiscal seja compartilhada, esse objetivo não será alcançado com o aumento de impostos sobre as economias agroindustriais regionais e outras cadeias de valor agroindustriais de exportação, como carne, pesca, complexo industrial de soja e trigo, entre outros", disse o CAA em um comunicado.

O projeto também estabelece a modificação do sistema eleitoral por meio da eliminação das eleições primárias.

O anúncio do pacote de medidas foi feito pela manhã pelo porta-voz presidencial, enquanto milhares de pessoas de diversas associações sindicais protestavam nas ruas contra um mega decreto de necessidade e urgência (DNU) anunciado na semana passada que complementa o projeto apresentado nesta quarta.

"Isso está nas mãos do Poder Legislativo. Os senadores e deputados da nação terão que escolher se vamos em direção à liberdade, para acabar com essa decadência", acrescentou ele, se referindo a uma profunda crise econômica, com inflação de três dígitos, reservas internacionais líquidas negativas e pobreza acima de 40% da população.

O novo pacote, que será tratado pelo Congresso em sessões extraordinárias até 31 de janeiro se soma ao DNU anunciado por Milei na semana passada, que inclui mais de 300 medidas destinadas a desregulamentar a economia, eliminando os controles de preços, liberalizando o comércio exterior e promovendo a atividade industrial.

Cerca de 20.000 pessoas convocadas pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção (UOCRA) e pela Associação dos Trabalhadores do Estado (ATE), entre outros, marcharam com faixas até a sede dos Tribunais de Buenos Aires para exigir a "inconstitucionalidade do decreto".

"É nulo, de nulidade absoluta, não porque derroga 300 leis, mas também porque não cumpre os requisitos que a Constituição estabelece para os decretos de necessidade e urgência", disse Julio Piumato, secretário-geral do Sindicato dos Judiciários à Reuters durante a manifestação.

"Viola a Constituição porque arrasa com os direitos trabalhistas e sociais da maioria dos argentinos", acrescentou.

Um dia após o anúncio do decreto, milhares de argentinos também saíram às ruas para protestar batendo panelas contra as medidas que visam reformar a economia e que incluem a revogação de normas trabalhistas, a privatização de empresas estatais e a modificação do Código Civil e Comercial .

O presidente libertário afirma que sua meta é reduzir o Estado e eliminar o déficit fiscal para que a economia possa voltar a crescer.

As medidas do presidente podem enfrentar obstáculos para sua aprovação no Congresso, já que o partido governista “A Liberdade Avança” não tem maioria na Câmara de Deputados e no Senado e pode ser rejeitado pelo Judiciário, o que impediria sua implementação.

© Reuters. Manifestantes protestantes contra a política econômica pelo presidente argentino Javier Milei frente aos Tribunais, em Buenos Aires
27/12/2023
REUTERS/Agustin Marcarian

Milei, um novato na política que assumiu o cargo em 10 de dezembro após vencer o segundo turno por uma ampla margem, disse em um programa de televisão local na terça-feira que convocaria um plebiscito -- não vinculante -- se o megadecreto for rejeitado no Congresso.

(Reportagem de Lucila Sigal)

((Tradução Redação São Paulo)) REUTERS AC

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.