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Ministério aponta dificuldade de estimar quadro fiscal após Guedes criticar projeções de economistas

Publicado 03.02.2022, 12:13
Atualizado 03.02.2022, 12:15
© Reuters. Ministro da Economia, Paulo Guedes, participa de almoço na Firjan, Rio de Janeiro
17/12/2018
REUTERS/Sergio Moraes
CSGN
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BRASÍLIA (Reuters) - Nota técnica produzida pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia afirma que as dificuldades relacionadas às previsões de variáveis fiscais foram potencializadas após a pandemia de Covid-19, ressaltando que incertezas elevaram erros do mercado e de instituições internacionais, mas também de governos.

Nos últimos meses, o ministro da Economia Paulo Guedes, tem criticado economistas que erraram previsões econômicas no atual governo, atribuindo as discrepâncias em relação aos dados concretizados a "militância política", "despreparo" e "desonestidade intelectual".

De acordo com a SPE, previsões iniciais de indicadores econômicos têm importantes limitações que podem levar "à sua não significância estatística", o que demanda cautela na análise da situação fiscal do país e na tomada de decisões.

"As preocupações referentes ao tamanho dos erros de previsão foram potencializadas nos últimos dois anos em decorrência da pandemia da Covid-19. As incertezas relacionadas aos fatores exógenos aliadas à necessidade de se redesenhar todo o processo preditivo parecem ter contribuído para a elevação dos erros tanto do mercado, quanto de governos e instituições internacionais", diz o documento, divulgado nesta quinta-feira.

A nota técnica comparou os resultados fiscais concretizados com as estimativas que haviam sido feitas no início de cada ano por analistas no Prisma Fiscal, sistema do Ministério da Economia que coleta projeções de mercado para as contas públicas.

Usando como base as previsões para o desempenho da dívida bruta do governo em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a conclusão da análise foi que a necessidade de ajuste das estimativas foi fortemente ampliada. Os percentuais de correção, que ficaram entre -1,31% e +1,32% entre 2017 e 2019, passaram para +6,99% em 2020 e -10,10% em 2021.

Trecho da nota ainda destaca estudos que demonstram que as estimativas oficiais de governos tendem a incorporar vieses otimistas.

"Nesse sentido, espera-se que as previsões oficiais também necessitem de ajustes", afirma, antes de ponderar que no caso brasileiro as correções feitas pelo governo nas previsões foram menores do que as obervadas no mercado.

"A conclusão é de que todos os agentes envolvidos no processo de previsão de variáveis fiscais estão sujeitos a um maior nível de incerteza no pós-2020", enfatizou.

Em evento do Credit Suisse (SIX:CSGN) nesta semana, Guedes citou o superávit do setor público consolidado obtido em 2021 para criticar economistas que acompanham o desempenho das contas públicas.

© Reuters. Ministro da Economia, Paulo Guedes, participa de almoço na Firjan, Rio de Janeiro
17/12/2018
REUTERS/Sergio Moraes

"Essa desonestidade intelectual de analistas que viraram militantes está cobrando um preço na credibilidade de todo mundo. É a primeira vez em oito anos que o governo tem um superávit consolidado enquanto as pessoas estão falando de populismo fiscal e descontrole orçamentário", disse.

O documento da SPE demonstra preocupação em relação a 2022, afirmando que os erros cometidos em 2020 e 2021 parecem não ter sido incorporados às modelagens fiscais. A pasta finaliza citando que o governo colocou suas projeções da dívida bruta em 80,2% do PIB no encerramento deste ano, enquanto o mercado prevê um patamar de 86,2%.

 

(Por Bernardo Caram)

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