Por William James e Sachin Ravikumar
LONDRES (Reuters) - O novo primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, adiou nesta quarta-feira o anúncio de um aguardado plano para reparar as finanças públicas para 17 de novembro, duas semanas e meia depois do que havia sido planejado originalmente.
O adiamento, primeira decisão sobre política econômica de Sunak desde que assumiu o lugar de Liz Truss na terça-feira, elevou os custos de empréstimos britânicos nos mercados financeiros, mas bem menos do que o que foi visto na liquidação causada pelo plano de corte de impostos de Truss em setembro.
O ministro das Finanças, Jeremy Hunt, anunciou o adiamento em comunicado televisionado, afirmando que será preciso mais tempo para garantir que o novo plano leve em consideração as previsões econômicas mais recentes.
"O primeiro-ministro e eu decidimos que é prudente fazer o comunicado em 17 de novembro", disse Hung.
O plano deve determinar como o governo lidará com um déficit orçamentário de até 40 bilhões de libras (46 bilhões de dólares). Diferentemente do plano de Truss no mês passado, ele será totalmente auditado pelo regulador fiscal britânico.
Comunicado do escritório de Sunak informou que ele disse a seu gabinete que é "importante chegar às decisões corretas e que há tempo para que essas decisões sejam confirmadas com o gabinete".
A credibilidade do Reino Unido nos mercados financeiros foi abalada no mês passado, quando Truss anunciou seus cortes de impostos sem financiamento, provocando perdas no mercado de títulos tão fortes que o Banco da Inglaterra teve que intervir e Truss acabou renunciando.
"Nossa prioridade número um é a estabilidade econômica e a restauração da confiança de que o Reino Unido é um país que se sustenta, e por esta razão o plano fiscal de médio prazo é extremamente importante", disse Hunt.
"Quero confirmar que ele demonstrará que a dívida irá cair no médio prazo."
O adiamento do plano orçamentário complicará a vida do banco central britânico na próxima semana, quando irá publicar projeções para a economia sem saber os detalhes dos planos fiscais do governo, além de tomar uma decisão sobre a política monetária.
A expectativa é de que o Banco da Inglaterra eleve os juros de novo em 3 de novembro, provavelmente de 2,25% para 3,0%, mas investidores aumentaram as apostas em uma alta de 1 ponto percentual após o anúncio do adiamento do plano orçamentário.
(Reportagem de William James, Sachin Ravikumar e Andy Bruce, reportagem adicional de Christian Kraemer em Berlim)