BUENOS AIRES (Reuters) - O ministro da Economia da Argentina, Martín Guzmán, disse nesta quarta-feira que a situação econômica do país é de "extrema fragilidade" e que o novo governo precisa resolver uma situação de "default virtual" e reavivar o crescimento para evitar ajustes econômicos mais duros.
Guzmán, em sua primeira entrevista coletiva desde que assumiu o cargo na terça-feira, afirmou que o país quer manter um bom relacionamento com os credores, mas disse que um acordo atual com o Fundo Monetário Internacional (FMI) não está funcionando.
Entre os vários problemas que o novo ministro terá que enfrentar está a renegociação da dívida argentina, em torno de 100 bilhões de dólares, em meio a uma economia em recessão, com uma inflação anual que supera os 50%.
"Nós viemos resolver o problema de virtual default deixado pela administração anterior", afirmou Guzmán um dia após a posse do presidente peronista Alberto Fernández, acrescentando que esse objetivo é fundamental para evitar um "ajuste brutal" da já combalida economia argentina.
"O ano de 2020 não é um ano em que se pode fazer ajuste fiscal. Uma contração fiscal maior aprofundaria a recessão e agravaria a queda", disse Guzmán.
O acordo que o governo do ex-presidente Mauricio Macri firmou com o FMI implicava uma progressiva contração fiscal na Argentina.
(Por Hugh Bronstein)