Por Manoj Kumar e Aftab Ahmed
NOVA DÉLHI (Reuters) - A Índia aumentará seus gastos para 39,45 trilhões de rúpias (529,7 bilhões de dólares) no próximo ano fiscal para construir infraestrutura pública e impulsionar o crescimento econômico, informou o governo nesta terça-feira, mas o movimento envolve um déficit fiscal mais amplo do que o estimado e quantias recordes de empréstimos.
A ministra das Finanças da Índia, Nirmala Sitharaman, ao apresentar orçamento anual para o Parlamento, disse que os gastos totais do governo no ano fiscal de 2022/23, que se inicia a partir de abril, serão 4,6% maiores do que no ano atual.
Trilhões de rúpias serão alocados para vias expressas, moradias populares e energia solar para sustentar o crescimento, disse ela.
O crescimento para 2021/2022 está estimado em 9,2%, saindo de uma base baixa de comparação, e deve desacelerar para 8% a 8,5% no próximo ano fiscal, ainda o ritmo mais rápido entre as principais economias do mundo.
A recuperação da pandemia foi rápida, mas incompleta, dizem autoridades. O consumo privado foi prejudicado pela falta de empregos, balanços patrimoniais familiares esgotados e maiores desigualdades de renda.
O déficit fiscal para o ano atual deve ser de 6,9% do PIB, um pouco acima dos 6,8% previstos anteriormente, disse Sitharaman, o que preocupou o mercado de títulos.
Para o próximo ano fiscal, o governo do primeiro-ministro Narendra Modi tem como meta um déficit de 6,4% do PIB, na esperança de aumentar as receitas fiscais e a privatização de empresas estatais, incluindo a venda de ações da gigante seguradora Life Insurance Corporation.
"Apesar do crescimento acima do esperado, ainda vimos um déficit fiscal maior do que o orçado. Isso continua demonstrando riscos da pandemia que ainda estão em curso", disse Christian de Guzman, vice-presidente sênior da Moody's Investors Service.
(Reportagem adicional das redações de Delhi, Mumbai e Bengaluru)