Por Alex Fraser
MILÃO (Reuters) - Jovens ativistas que participam das conversas climáticas desta semana em Milão estão pedindo um assento na mesa durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021 (COP26) de Glasgow, para poderem opinar na maneira como decisões que moldam seu futuro são tomadas.
Milhares de ativistas jovens, inclusive a sueca Greta Thunberg, convergiram na cidade italiana nesta semana para se fazerem ouvir e acabar com o que aquela descreveu como "30 anos de blá blá blá" nas quase três décadas de conversas sobre o clima.
"O que realmente queremos é ser parte do processo de tomada de decisões para poder redigir os documentos, para poder canalizar nossos pensamentos aqui", disse Eduarda Zoghbi, delegada de 28 anos do Brasil, à Reuters.
Na quarta-feira, eles apresentaram uma série de propostas a serem incluídas na pauta da COP26 que serão submetidas a ministros do Clima e da Energia nos próximos dias.
"Nossos pensamentos certamente têm que ser compartilhados... somos as gerações futuras", disse Hoor Ahli, de 16 anos, dos Emirados Árabes Unidos.
Sua preocupação é que muito é prometido, mas pouco é feito para combater o aquecimento global. Estes temores foram exacerbados por um relatório de agosto da Organização das Nações Unidas (ONU) que alertou que a situação está perigosamente perto de sair de controle.
A conferência de Glasgow almeja obter ações climáticas mais ambiciosas dos quase 200 países que assinaram o Acordo de Paris de 2015 e concordaram em tentar limitar o aquecimento global causado pelos humanos em 1,5 grau Celsius.