BERLIM (Reuters) - O ministro das Finanças da Alemanha, Christian Lindner, pediu aos colegas membros do Gabinete que ajudem a financiar qualquer gasto adicional com cortes orçamentários em outros departamentos, disseram à Reuters nesta terça-feira duas pessoas familiarizadas com o esboço de Orçamento do governo para 2022.
As diretrizes marcam uma mudança na política fiscal de Berlim após dois anos de recordes em novos empréstimos líquidos e gastos estatais sem precedentes para amortecer o impacto da pandemia de Covid-19 sobre cidadãos e empresas na maior economia da Europa.
As discussões foram relatadas anteriormente pelo diário alemão Handelsblatt.
Lindner é o líder do fiscalmente conservador Partido Liberal Democrático (FDP), o menor parceiro da coalizão governista de três partidos do chanceler social-democrata Olaf Scholz, que também inclui os Verdes, ambientalistas e pró-gastos.
"Os gastos adicionais devem ser financiados por contramedidas apropriadas --por exemplo, realocando fundos no respectivo departamento ou aumentando a receita com medidas como a redução de subsídios", disse uma fonte.
A Alemanha assumiu uma nova dívida recorde de 215 bilhões de euros no ano passado, após um empréstimo sem precedentes de 130 bilhões de euros em 2020 para financiar medidas durante a pandemia de coronavírus.
Tanto Scholz quanto Lindner argumentam que a Alemanha deve retornar a uma política fiscal mais conservadora e reduzir seu estoque de dívida assim que a pandemia de coronavírus terminar, pois o país deve se preparar em tempo hábil para quando a próxima crise ocorrer.
Em seu acordo de coalizão, os três partidos também concordaram em sondar novas formas de gastos públicos, como permitir que a Agência Federal de Imóveis financie um esforço para mais habitação social com novas dívidas adicionais que não seriam contabilizadas sob as regras de dívida da Constituição.
(Por Michael Nienaber)