PEQUIM/XANGAI (Reuters) - As novas infecções importadas de coronavírus atingiram um recorde de 21 em Pequim, mostraram dados nesta quinta-feira, aumentando a pressão para que as autoridades da capital chinesa examinem passageiros infectados e isolem casos suspeitos.
Mas não houve nenhuma transmissão doméstica nova pelo primeiro dia desde que o vírus se instaurou no final do ano passado em Wuhan, capital da província central de Hubei.
Os esforços recentes da China para combater a epidemia vêm se concentrando cada vez mais em viajantes que ingressam no país, já que o vírus se espalha rapidamente em todo o mundo -- o que cria a perspectiva de uma segunda leva de infecções no país.
"Uma única fagulha pode atear fogo na pradaria", escreveu o jornal estatal em língua inglesa China Daily em um editorial.
Na quarta-feira, Pequim registrou 21 infecções novas vindas de fora, a maioria em viajantes do Reino Unido e da Espanha, entre os 34 casos importados novos da China continental.
Desde a semana passada, o aeroporto da capital está utilizando uma zona especial para voos internacionais, e todos os passageiros que desembarcam têm que se submeter a exames médicos. Os viajantes que não estão em trânsito são enviados a locais designados para uma quarentena compulsória de 14 dias.
Pequim suspendeu as quarentenas voluntárias para recém-chegados do exterior, mesmo se a pessoa tiver um lugar para ficar isolada sozinha, o que vinha sendo permitido, disse a mídia estatal nesta quinta-feira.
Alguns voos internacionais a Pequim operados por empresas aéreas chinesas serão redirecionados para cidades próximas, como Tianjin, Shijiazhuang, Taiyuan e Hohhot, informou o veículo de notícias financeiras Caixin na quarta-feira, citando fontes não identificadas.
Tais reportagens levam a crer que a capital pode ter atingido o limite de sua capacidade de examinar visitantes vindos de fora, disse o editorial do China Daily.
Guangdong, uma província do sul, relatou nove casos importados novos, e Xangai teve duas infecções novas do exterior, o que eleva o total de casos importados a 189.
A partir desta quinta-feira, as pessoas que entrarem em Guangdong depois de terem visitado países com taxas altas de infecção ficarão em quarentena durante 14 dias em casa ou em um centro médico centralizado, disse a agência oficial de notícias Xinhua.
Wuhan, o epicentro do surto, não registrou nenhuma infecção nova pela primeira vez, disse a Comissão Nacional de Saúde.
(Por Ryan Woo, Huizhong Wu, Stella Qiu, Sophie Yu, Brenda Goh, Emily Chow e Yawen Chen)