Uma pesquisa do Instituto Fome Zero, com dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), afirma que o número de brasileiros que passam fome caiu de 33 milhões em 2022 para 20 milhões em 2023, uma diferença de 39%.
LEIA TAMBÉM: Argentinos buscam alimentos descartados para sobreviver em meio à alta de preços
Os dados divulgados pela organização na 2ª feira (11.mar.2023) avaliaram a incidência de insegurança alimentar moderada e grave na população. Leia a diferença:
- insegurança alimentar moderada – pessoas que não fazem as 3 refeições diárias ou não se alimentam o suficiente para ter uma vida saudável;
- insegurança alimentar grave – pessoas que ficam 1 dia ou mais sem comer. Este último grupo é considerado o que passa fome.
“Os resultados preliminares apontam para uma estabilidade da insegurança moderada mais grave no ano de 2022, seguida de uma forte redução em 2023, de 65 milhões para 45 milhões de pessoas”, concluiu o Fome Zero.
O instituto estima que, depois de atingir 32,8% em 2021, o índice de insegurança alimentar moderada e grave começou a cair e fechou 2023 em 28,9%.
Ao mesmo tempo, o número de brasileiros na miséria caiu para 12,4% em 2023. Para chegar a esta conclusão, o instituto considerou os indicadores de desemprego e de inflação.
O cenário se justifica “com melhorias na empregabilidade e correção do salário mínimo acima da inflação”, somadas à queda dos preços dos alimentos em 2023, explicou o Fome Zero.
A organização alertou que, embora a redução dos preços dos alimentos “represente um alívio momentâneo para os consumidores”, sua sustentabilidade ao longo prazo é incerta. “Os preços ainda não retornaram aos níveis pré-pandemia, e a incerteza persiste quanto a uma possível deflação de alimentos a longo prazo”, destacou no relatório.