QUSRA, Cisjordânia (Reuters) - Palestinos iniciaram protestos na Cisjordânia ocupada depois que escavadeiras israelenses começaram a limpar terrenos, no que moradores de vilarejos temem ser uma tentativa de prepará-los para futuros assentamentos judeus.
Os confrontos aumentaram nesta semana, quando os israelenses votaram em uma eleição, e palestinos disseram que os colonos se sentiram encorajados pelo plano de paz do presidente norte-americano, Donald Trump, para o conflito entre irsaelenses e palestinos e pela retórica eleitoral de Israel a respeito da anexação de assentamentos.
Moradores de vilarejos da vizinha Qusra desafiaram soldados que protegiam as escavadeiras israelenses enquanto estas trabalhavam em um campo próximo do assentamento de Migdalim, no norte da Cisjordânia.
Em Beita, outro vilarejo próximo, moradores protestaram durante vários dias, fixando uma bandeira palestina e montando uma barraca no topo da colina de Al-Arma para defendê-la dos colonos do assentamento de Itamar, próximo da cidade de Nablus. Alguns manifestantes lançaram pedras contra as tropas de Israel
"Vim aqui porque esta é a minha terra, e quero morrer na minha terra, mas eles não estão me deixando me aproximar", disse Joudat Odeh, de Qusra.
"Eles estão contentes com a vitória de Netanyahu", disse Odeh, de 70 anos. "Eles estão vindo para controlar esta terra, e nós estamos indefesos".
O partido de direita Likud, do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, lidera a contagem de votos da eleição de segunda-feira, mas com 99% das urnas já apuradas nesta quarta-feira ele ainda estava longe de ter cadeiras suficientes para uma coalizão de governo.
A vitória abriria caminho para Netanyahu cumprir a promessa de anexar assentamentos na Cisjordânia, conforme o plano de paz de Trump.