FRANKFURT (Reuters) - O Banco Central Europeu tem que manter os custos dos empréstimos sob controle uma vez que a pandemia de coronavírus se arrasta, e não há sinais de que a inflação esteja saindo de controle, disse o membro do conselho do BCE Fabio Panetta nesta quarta-feira.
A expectativa é de que o BCE chegue a um acordo sobre a redução de seu Programa de Compras de Emergência da Pandemia, de 1,85 trilhão de euros, no mês que vem, e o debate agora é sobre quantos títulos continuarão serão comprados após o término do PEPP, em março, sob um outro programa de compra de ativos do BCE.
Panetta, italiano e o mais "dovish" (autoridade inclinada a manutenção de estímulos) dos seis membros do Conselho do BCE, disse que o banco central deveria continuar a apoiar o mercado de títulos para atingir sua meta de inflação de 2%, mesmo depois que o atual pico dos preços, impulsionado pela escassez de oferta, arrefecer.
"Em primeiro lugar, o aumento no número de infecções (por Covid-19) e a introdução renovada de restrições relacionadas à pandemia em alguns países da área do euro significam que a pandemia ainda não acabou", disse Panetta em evento.
"Em segundo lugar, uma redução brusca e inadequada das compras seria equivalente a um endurecimento da política monetária."
Falando mais cedo, o presidente do banco central da Áustria e conhecido "hawk" (autoridade mais dura com a inflação), Robert Holzmann, disse que pressionaria por uma redução nas compras de títulos, mas que o PEPP provavelmente será "colocado numa sala de espera" para ser usado novamente, se necessário.
(Por Francesco Canepa e François Murphy)