GENEBRA (Reuters) - A participação da China nas exportações globais aumentou durante a pandemia de Covid-19 para perto de 15%, embora seu domínio possa atingir um pico em breve, disse uma agência da Organização das Nações Unidas nesta terça-feira.
Em 2020, a China deteve a maior parcela das exportações globais de bens, com 14,7% do total, em comparação com 13,2% em 2019, de acordo com dados da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad, na sigla em inglês). Em seguida ficaram os Estados Unidos, com 8,1%, e a Alemanha com 7,8%.
Dados iniciais deste ano sugerem uma continuação dessa tendência, com as exportações subindo quase 50% em relação ao mesmo período do ano anterior, para 710 bilhões de dólares no primeiro trimestre, mostraram cifras da Unctad.
"No geral, a China provavelmente continuará sendo o principal exportador mundial no futuro próximo", disse a agência em comentário. "No entanto, o domínio de suas exportações na economia global pode estar se aproximando de seu pico."
A Unctad apresentou várias razões para isso, incluindo a crescente dependência da China pela demanda interna, não externa, aumento dos custos trabalhistas e aumento da automação, que poderia estimular mais indústrias a se restabelecerem em países desenvolvidos.
As tensões geopolíticas e a falta de ação global para lidar com as questões sociais e ambientais podem levar a um "processo de desglobalização" que teria implicações mais fortes do que a média para grandes exportadores como a China, disse a Unctad.
(Por Emma Farge)