BERLIM (Reuters) - Pela primeira vez, um candidato do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) venceu a votação para líder distrital na maior economia da Europa, um avanço para a legenda que tem crescido nas pesquisas nacionais.
O AfD, de 10 anos, com o qual os principais partidos da Alemanha se recusam oficialmente a cooperar devido às visões radicais, venceu o segundo turno no distrito de Sonneberg, no estado da Turíngia, com seu candidato obtendo 52,8% dos votos.
É o sucesso mais recente do partido, que está surfando a onda de descontentamento popular da coalizão do chanceler social-democrata Olaf Scholz com os Verdes e Democratas Livres (FDP), que é assolada por disputas internas sobre políticas e orçamento.
Com 19% a 20% nas pesquisas, atrás dos conservadores da oposição, o AfD está explorando os temores dos eleitores sobre a recessão, a migração e a transição verde, dizem analistas. Até planeja indicar um candidato a chanceler nas eleições federais de 2025. O partido é particularmente forte no antigo leste comunista.
Uma vitória clara de Robert Sesselmann, do AfD, no distrito, que tem uma população de aproximadamente 56.000 pessoas, envia um sinal para Berlim, dizem analistas, especialmente porque todos os outros partidos em Sonneberg uniram forças contra ele.
Embora os partidos de extrema-direita venham ganhando terreno na Europa, a força do AfD é particularmente sensível na Alemanha devido ao passado nazista do país.
O presidente do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, Josef Schuster, expressou profundo choque.
"Este é um divisor de águas que as forças políticas democráticas deste país não podem simplesmente aceitar", disse ele à mídia RND.
A agência de inteligência doméstica disse neste mês que o extremismo de direita representa a maior ameaça à democracia na Alemanha e alertou os eleitores sobre o apoio ao AfD.