Por Andrew Galbraith e David Stanway
XANGAI (Reuters) - Cientistas na China que estudam a origem do surto do novo coronavírus disseram ter descoberto que dois tipos principais do vírus podem estar causando infecções.
Os pesquisadores da Escola de Ciências da Vida da Universidade de Pequim e do Instituto Pasteur de Xangai, sob alçada da Academia Chinesa de Ciências, alertaram que suas análises examinaram uma gama limitada de dados e disseram que análises de conjuntos de dados maiores são necessárias para entender melhor a evolução do vírus.
O estudo preliminar descobriu que um tipo mais agressivo do novo coronavírus associado ao surto de doença em Wuhan representava cerca de 70% das cepas analisadas, enquanto 30% estavam ligadas a um tipo menos agressivo.
A prevalência do vírus mais agressivo diminuiu após o início de janeiro de 2020, segundo os cientistas.
"Essas descobertas apoiam fortemente uma necessidade urgente de mais estudos abrangentes e imediatos que combinem dados genômicos, dados epidemiológicos e registros dos sintomas clínicos de pacientes com doença por coronavírus 2019 (COVID-19)", escreveram.
Suas descobertas foram publicadas na terça-feira na National Science Review, a revista da Academia Chinesa de Ciências.
As revelações ocorrem em meio à queda de novos casos de coronavírus, após restrições impostas à segunda maior economia do mundo para impedir sua propagação, incluindo suspensões de transporte e ampliação do feriado do Ano Novo Lunar.
A China continental teve 119 novos casos confirmados de coronavírus na terça-feira, informou a Comissão Nacional de Saúde, um pouco abaixo dos 125 do dia anterior, em uma tendência de queda no número de novos casos vista a partir de meados de fevereiro.
O número total de casos na China chegou a 80.270. O número de mortes aumentou em 38, para 2.981, até 3 de março.
Com o número de novas infecções diárias no exterior agora superando novos casos na China, as autoridades chinesas começaram a buscar maneiras de controlar a propagação do vírus fora da China e se proteger contra futuros surtos.
Autoridades pediram aos chineses do exterior que desejam voltar para casa para reconsiderar seus planos de viagem, enquanto cidades em todo o país estabeleceram regras de quarentena para aqueles que entram de lugares de alto risco. Itália, Coreia do Sul e Irã se tornaram locais com alta taxa de infecção.
(Reportagem de David Stanway, Sophie Yu, Muyu Xu, Se Young Lee, Engen Tham e Andrew Galbraith)