Por Scott DiSavino
NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo subiram cerca de 2% nesta quarta-feira, para o maior nível em duas semanas, devido a um consumo de estoques dos EUA maior do que o esperado e às preocupações com o abastecimento global, depois que o Irã pediu um embargo de petróleo a Israel por causa do conflito em Gaza.
Os futuros do petróleo Brent subiram 1,60 dólar, ou 1,8%, a 91,50 dólares o barril, enquanto o petróleo West Texas Intermediate (WTI) dos EUA subiu 1,66 dólar, ou 1,9%, para 88,32 dólares. Nas máximas da sessão, ambos os contratos de referência subiram mais de 3 dólares por barril.
A Administração de Informação sobre Energia dos EUA (AIE) disse que as empresas de energia retiraram 4,5 milhões de barris de petróleo dos seus estoques durante a semana encerrada em 13 de outubro. [EIA/S]
O montante foi muito superior à queda de 0,3 milhão de barris prevista pelos analistas numa pesquisa da Reuters. Na terça-feira, o grupo industrial Instituto Americano do Petróleo (API) relatou uma queda de 4,4 milhões de barris. [API/S]
Houve ainda uma queda de 0,8 milhão de barris nas instalações de armazenamento de Cushing, em Oklahoma, para o nível mais baixo desde outubro de 2014, suscitando preocupações sobre a qualidade do petróleo que permanece no ponto de entrega para os futuros de petróleo dos EUA.
"A maior preocupação neste relatório é Cushing, Oklahoma... estamos reduzindo esse volume para níveis perigosamente baixos que devem apoiar todo o complexo”, disse Phil Flynn, analista do Price Futures Group.
Flynn observou que os preços atingiram máximas da sessão depois que o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amirabdollahian, pediu um embargo de petróleo a Israel, após centenas de palestinos terem sido mortos em uma explosão em um hospital em Gaza. Autoridades israelenses e palestinas culparam-se mutuamente.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não planeja tomar qualquer ação imediata face ao apelo do Irã, membro da Opep, disseram à Reuters quatro fontes do grupo produtor.
(Reportagem de Scott DiSavino e Nicole Jao em Nova York, Natalie Grover em Londres, Arathy Somesekhar em Houston e Muyu Xu em Cingapura)