Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - A Polícia Federal pediu mais 30 dias de prazo para concluir as investigações do inquérito que investiga se o presidente Jair Bolsonaro cometeu crime ao supostamente tentar, segundo o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, interferir no comando da corporação, segundo despacho do relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Mello.
Antes de decidir sobre o pedido da PF, o ministro do STF pediu manifestação do procurador-geral da República, Augusto Aras, que será o responsável por decidir se, ao fim das apurações, denuncia o presidente ou arquiva o caso.
"Trata-se de pedido formulado pela excelentíssima senhora chefe do Serviço de Inquéritos da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal (SINQ/DICOR), dra. Christiane Correa Machado, que requer, com apoio em fundamentadas razões , dilação de prazo (30 dias) para conclusão da presente investigação criminal", disse Celso de Mello.
"Ouça-se, previamente, o eminente senhor procurador-geral da República, em sua condição de 'dominus litis' (titular da ação)”, completou.
O inquérito foi aberto em abril, após as acusações feitas por Moro ao pedir demissão do cargo. Até o momento, uma série de depoimentos foi tomada e também tornado público um vídeo, por determinação de Celso de Mello, de uma reunião ministerial do dia 22 do mês passado, em que Moro disse ter sido ameaçado por Bolsonaro de demissão diante da pressão por troca na PF. O presidente nega as acusações e disse que se referia à sua segurança pessoal.
A expectativa, segundo uma fonte relatou à Reuters, é que Bolsonaro seja interrogado por escrito no inquérito ao fim das investigações.