HONG KONG (Reuters) - A polícia de Hong Kong e manifestantes viveram confrontos do tipo gato e rato pela cidade neste domingo, marcando uma mudança nas táticas durante a décimo fim de semana consecutivo de tumultos na ex-colônia britânica onde muitos estão irritados com o domínio chinês.
Tentando esvaziar as ruas mais rápido que antes, a polícia lançou gás lacrimogêneo e atacou com bastões em pontos de boulevards de grandes shoppings até ruas cheias de bares e estações de trem.
Manifestantes, que em determinado momento lançaram dois coquetéis molotov, retaliaram com uma estratégia de flash-mob: retirar-se quando pressionados para reaparecer em outro lugar, sem descanso.
Os protestos, que estão cada vez mais violentos, mergulharam o centro financeiro asiático em sua crise mais séria em décadas e estão entre os maiores desafios populares do líder chinês Xi Jinping desde que ele chegou ao poder em 2012.
Apesar da intensa resposta da polícia e o endurecimento da postura da China, o movimento que começou dois meses atrás em oposição a uma lei que permite a extradição para o continente ainda parece obter amplo suporte na cidade de mais de 7 milhões de pessoas.
“Nós corremos o dia todo, mas não estamos cansados”, disse Ah Sing, um manifestante na casa dos 30 anos, usando um colete preto e uma máscara cirúrgica enquanto corria de um protesto para outro.
“Esta é nossa resposta a Carrie Lam”, ele acrescentou, referindo-se à líder da cidade, apoiada por Pequim. “Se ela não ouvir o povo e atender nossas demandas razoáveis, vamos continuar a protestar ao redor de Hong Kong."
(Por Simon Gardner e Anne Marie Roantree)