O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, citou nesta sexta-feira, 20, a possibilidade de recursos da autoridade portuária de Santos bancarem, junto do governo federal, a construção do túnel seco entre Santos e Guarujá, obra que deve custar na casa de R$ 3 bilhões. Ele afirmou ter tratado com o secretário de governo de São Paulo, Gilberto Kassab, sobre o assunto, e disse que combinou uma conversa também com o governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
"Eu encontrei com o Kassab, combinei para conversar com Tarcísio, e quem sabe fôssemos a Santos mostrar definição, seria muito bom para o Brasil mostrar que podemos caminhar juntos independente de posições ideológicas quando interesse público está se sobrepondo", disse França, em entrevista à CBN São Paulo.
Ele defendeu que as companhias portuárias superavitárias invistam os recursos em obras. "Os recursos para o túnel vão vir de recursos do próprio porto, alguns recursos eles já tem, leva três, quatro anos, é obra que custa algo em torno de R$ 3 bilhões. É possível ser feito com o recursos da docas e do governo federal", disse França, para quem também seria bem vinda uma ajuda do governo Estadual e de municípios, eventualmente com incentivos tributários à empresa que ganhar a concorrência.
Alternativas para o túnel seco estão sendo analisadas pelo governo porque, inicialmente, essa obra seria construída pelo operador privado que arrematasse a administração do Porto de Santos. Contudo, a privatização não deve ser mantida pela gestão Lula, como vem dizendo o ministro.
Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), Tarcísio já havia avaliado como um plano B fazer a obra do túnel com recursos do Tesouro do Estado, para depois conceder a operação da ligação seca. O empreendimento, cobrado há décadas pela população local, tem VPL negativo - ou seja, não daria retorno financeiro ao privado sem aporte do governo.
Aeroportos
Na entrevista, França também voltou a falar sobre o caso dos aeroportos em relicitação, e sobre a possibilidade de a Infraero retomar o controle desses terminais enquanto um novo leilão não é realizado, especialmente no caso do Galeão, no Rio de Janeiro.
Ele apontou que há casos de empresas interessadas em se manter na operação mesmo após o pedido de devolução, mas destacou que, atualmente, o processo de relicitação é irrevogável.
Como mostrou o Broadcast, apesar de não ter citado nomes, esse é o caso da concessionária de Viracopos, que têm demonstrando interesse em manter o ativo.