WASHINGTON (Reuters) - O Senado dos Estados Unidos confirmou nesta quinta-feira Jerome Powell para um segundo mandato de quatro anos como chefe do Federal Reserve, o que abre caminho para que ele continue a liderar o banco central dos EUA, que está em plena batalha contra a inflação mais alta em 40 anos.
Powell, indicado pelo presidente norte-americano, Joe Biden, obteve apoio bipartidário em um Senado dividido, com uma contagem final de 80 senadores a favor de sua indicação e apenas 19 contra.
A maioria dos votos contrários veio de republicanos, porém alguns democratas, como Bob Menendez e Elizabeth Warren, se juntaram a eles. Menendez disse que Powell não fez o suficiente para promover a diversidade na liderança do Fed, e Warren, afirmou que ele não cumpriu totalmente com a regulação bancária.
Ainda assim, no geral, a votação foi uma aprovação da maneira como Powell lidou com a crise que a pandemia de Covid-19 desencadeou e a curta, mas historicamente profunda, recessão de 2020 que marcou seu primeiro período no cargo.
Também oferece um mandato para prosseguir com o que pode ser o conjunto mais acentuado de aumentos da taxa de juros desde o início dos anos 1980, quando Paul Volcker liderou o banco central.
Powell, que está no Conselho de Diretores do Fed desde 2012, foi nomeado pela primeira vez para chefiar a instituição por Donald Trump, que logo se desagradou com ele por uma série de altas de juros. Trump até cogitou tentar derrubar Powell, mas republicanos e democratas saíram em sua defesa, e o chefe do Fed recebeu muitos elogios por defender a independência do banco central durante o tumulto.
Biden tem sido mais discreto com o Fed, mas o presidente democrata viu seus índices de aprovação caírem por causa do avanço da inflação, que ainda está acima de 8% ao ano. Biden recentemente lembrou aos norte-americanos que o trabalho do banco central é principalmente combater a inflação, e ele não tem se agitado por qualquer ação específica da instituição.
(Por Tim Ahmann, Susan Heavey e Ann Saphir)