Por Kate Abnett e Susanna Twidale e Nora Buli
OSLO/BRUXELAS/LONDRES (Reuters) - O preço do carbono na União Europeia atingiu nesta terça-feira uma máxima recorde de mais de 50 euros por tonelada, um marco no que analistas afirmam ser uma escalada de longo prazo rumo aos níveis necessários para que investimentos em tecnologias "limpas" inovadoras sejam desencadeados.
O mercado do carbono na UE é a principal ferramenta do bloco para contenção das emissões de gases de efeito estufa que causam as mudanças climáticas, uma vez que usinas de energia, indústrias e companhias aéreas da Europa compram certificados quando poluem.
Com o bloco se esforçando para cumprir metas climáticas mais ambiciosas --incluindo um novo objetivo de reduzir as emissões líquidas de gases de efeito estufa em pelo menos 55% até 2030--, o mercado encontrou mais ímpeto.
O preço do EU Allowance (EUA, na sigla em inglês), referência local do carbono, atingiu 50,05 euros por tonelada nesta terça-feira, maior nível desde o lançamento do mercado, em 2005. O contrato para dezembro de 2021 disparou cerca de 50% desde o início do ano.
"Há uma série de fatores altistas, é por isso que os preços estão nesses níveis", disse à Reuters a analista Ingvild Sorhus, da Refinitv.
Entre esses fatores estão o apoio político da nova meta climática da UE, além do aumento da demanda por certificados de carbono por parte de investidores financeiros, inclinados pela alta dos preços, e um consenso entre analistas de que as cotações devem subir ainda mais nos próximos anos.
Analistas afirmam que, agora, o preço do carbono na UE deve avançar para níveis suficientemente altos para que sejam desencadeados cortes de CO2 na indústria, setor no qual as alternativas de baixo carbono ainda não conseguem competir com tecnologias tradicionais de combustíveis fósseis em termos de custos.