Por Scott DiSavino
NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo caíram cerca de 2% para uma mínima de duas semanas nesta quarta-feira, devido à firmeza do dólar se fortalecendo diante de expectativas de que os aumentos iminentes das taxas de juros do Federal Reserve possam reduzir a demanda por energia no maior consumidor mundial.
O recuo ocorreu apesar de um forte declínio nos estoques de petróleo dos EUA. Um dólar americano mais forte pode prejudicar a demanda global por petróleo, tornando-o mais caro em outros países. Os investidores também foram desencorajados pela inflação ainda alta na Europa e dados econômicos desiguais na China, o maior importador de petróleo bruto do mundo.
O petróleo Brent entrega em junho caiu 1,65 dólar, ou 2%, para 83,12 dólares o barril. O petróleo nos EUA (WTI) para entrega em maio caiu 1,70 dólar, ou 2,1%, para 79,16 dólares, enquanto o contrato de junho do WTI, que se torna o primeiro vencimento dos EUA no final do pregão de quinta-feira, também perdeu 2,1%, a 79,24 dólares.
Esses foram os fechamentos mais baixos para ambos os contratos de referência desde 31 de março, apagando a maior parte dos ganhos desde o corte surpresa na produção de petróleo anunciado em 2 de abril pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo, Rússia e outros aliados do grupo Opep+.
"Os benchmarks do petróleo estão registrando... baixas ... em resposta a um fortalecimento do dólar americano que, por sua vez, está pesando sobre ativos de risco após alguns dados quentes da inflação na Europa", disseram analistas da empresa de consultoria de energia Ritterbusch and Associates em nota a clientes.
"Ainda acreditamos que o mercado está muito focado no lado da oferta da equação global de petróleo após os cortes na produção da Opep e que a demanda mundial por petróleo é significativamente mais fraca do que o amplamente percebido", disse a nota.
Os estoques de petróleo bruto dos EUA caíram 4,6 milhões de barris na semana passada, à medida que as refinarias e as exportações aumentaram, enquanto os estoques de gasolina aumentaram inesperadamente devido à demanda decepcionante, segundo a Administração de Informação de Energia dos EUA (AIE). [EIA/S] [API/S]
(Reportagem adicional de Ahmad Ghaddar em Londres e Muyu Xu em Cingapura)