Por Shariq Khan e Stephanie Kelly
BENGALURU (Reuters) - Os preços do petróleo saltaram nesta segunda-feira para seus níveis mais altos desde 2008, com os Estados Unidos e aliados europeus considerando proibir as importações de petróleo russo, enquanto parecia menos provável que o petróleo iraniano retornaria rapidamente aos mercados globais.
O petróleo Brent subiu 5,1 dólares, ou 4,3%, para fechar em 123,21 dólares o barril, e o petróleo dos EUA (WTI) avançou 3,72 dólares, ou 3,2%, para fechar em 119,40 dólares o barril. Durante a sessão, ambos os benchmarks atingiram o nível mais alto desde julho de 2008, com o Brent chegando a 139,13 dólares por barril e o WTI a 130,50 dólares.
"A visão maior é que as interrupções no fornecimento estão piorando", disse Andrew Lipow, presidente da Lipow Oil Associates em Houston. "Ninguém quer tocar em nada relacionado à Rússia."
Os preços globais do petróleo aumentaram cerca de 60% desde o início de 2022, levantando preocupações sobre o crescimento econômico global e a estagflação. A China, segunda economia do mundo, tem como meta um crescimento mais lento de 5,5% este ano.
No domingo, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que os Estados Unidos e aliados europeus estavam explorando a proibição de importações de petróleo russo. A Casa Branca disse na segunda-feira que o presidente Joe Biden não tomou uma decisão sobre a proibição das importações de petróleo russo.
Os preços do petróleo podem subir para mais de 300 dólares por barril se os Estados Unidos e a União Europeia proibirem as importações de petróleo da Rússia, disse o vice-primeiro-ministro Alexander Novak nesta segunda-feira.
A Rússia é o maior exportador mundial de petróleo e derivados combinados, com exportações de cerca de 7 milhões de bpd, ou 7% da oferta global. Alguns volumes das exportações de petróleo do Cazaquistão dos portos russos também enfrentaram complicações.
Enquanto isso, as negociações para retornar com o acordo nuclear de 2015 do Irã com as potências mundiais estavam envolvidas em incertezas depois que a Rússia exigiu uma garantia dos EUA de que as sanções que enfrenta pelo conflito na Ucrânia não prejudicariam seu comércio com Teerã. A China também levantou novas demandas, disseram fontes.
(Reportagem adicional de Bozorgmehr Sharafedin em Londres, Scott DiSavino em Nova York e Florence Tan em Cingapura)