Por Devika Krishna Kumar
NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo recuaram nesta sexta-feira, engatando a quarta semana consecutiva de perdas, em meio a crescentes temores quanto aos danos econômicos do surto de coronavírus proveniente da China, que já se espalhou para cerca de 20 países e matou mais de 200 pessoas.
Durante a sessão, as cotações foram apoiadas brevemente por declarações do ministro de Energia da Rússia, Alexander Novak, que afirmou que o país está pronto para antecipar a próxima reunião da Opep+ (que passaria de março para fevereiro), visando abordar um possível impacto do coronavírus sobre a demanda global pela commodity.
Novak disse que está em discussões com a Arábia Saudita, líder da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), mas que as nações produtoras precisam de mais tempo para monitorar o impacto e decidir a data do encontro.
"O cartel está pronto para agir novamente se necessário, mas por enquanto pode aceitar a dor no curto prazo, na expectativa de que as consequências econômicas não sejam tão ruins quanto as pessoas temem, e de que o preço vá se recuperar por si próprio para níveis mais aceitáveis", disse Craig Erlam, analista sênior de mercado da OANDA.
O petróleo Brent fechou em queda de 0,13 dólar, a 58,16 dólares por barril, e terminou a semana com perda de cerca de 4%.
Já o petróleo dos Estados Unidos recuou 0,58 dólar, encerrando a sessão cotado a 51,56 dólares o barril, com queda de 4,8% na semana. Durante a sessão, os preços despencaram para uma mínima de 50,97 dólares, menor valor desde o início de agosto.
Ambos os valores de referência chegaram a subir mais de 1 dólar por barril no início do dia.
(Reportagem de Devika Krishna Kumar em Nova York, com reportagem adicional de Bozorgmehr Sharafedin em Londres e Roslan Khasawneh em Cingapura)