Por Catarina Demony
LISBOA (Reuters) - O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, deve se reunir nesta quarta-feira com Luís Montenegro, o líder da Aliança Democrática (AD), de centro-direita, que venceu as eleições gerais de 10 de março por uma pequena margem, para nomeá-lo como chefe de um governo minoritário.
O presidente de Portugal vem se reunindo com os líderes dos principais partidos políticos, um por vez, há mais de uma semana. Na tarde desta quarta-feira, ele deve encerrar os encontros com o líder da AD.
Na terça-feira, ele se reuniu com Pedro Nuno Santos, do segundo colocado Partido Socialista, que disse acreditar que Montenegro será indicado para chefiar o governo.
O partido de extrema-direita Chega ficou em terceiro lugar, quadruplicando sua representação parlamentar após fazer campanha com uma plataforma de governança limpa e anti-imigração.
Montenegro tem dito repetidamente que não fará nenhum acordo com o Chega, cujo líder André Ventura exigiu um papel no governo em troca de apoio, o que significa que seu governo teria que negociar com outros partidos para aprovar legislações.
As cédulas dos eleitores no exterior ainda estavam sendo contadas e os resultados provisórios devem ser anunciados ainda nesta quarta-feira, com mais quatro assentos parlamentares ainda a serem alocados.
O presidente anunciará sua escolha de primeiro-ministro depois que todos os votos forem contados, o que pode ocorrer mais tarde nesta quarta.
Até o momento, a AD conquistou 79 assentos na legislatura de 230 lugares, que deve realizar sua primeira sessão na próxima semana, seguida pelos 77 assentos dos socialistas e pelo Chega, com 48.
O governo pode ser empossado na primeira semana de abril e deve apresentar seu programa ao Parlamento no prazo de 10 dias a partir dessa data, que será automaticamente aprovado, a menos que o Parlamento realize uma votação para rejeitá-lo.
Os analistas esperam que um governo da AD tenha permissão para assumir o poder e consideram o orçamento de 2025 como seu primeiro teste de sobrevivência neste ano. Um orçamento rejeitado poderia levar a uma nova eleição.