Por Leika Kihara
TÓQUIO (Reuters) - O presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, afirmou que não tem pressa para reverter a política monetária ultrafrouxa, já que o risco de a inflação ficar bem acima de 2% e acelerar é pequeno, de acordo com a emissora pública NHK nesta quarta-feira.
O banco central pode obter "muitas informações" da reunião dos gerentes das agências regionais do banco em meados de janeiro, disse Ueda, quando questionado sobre a chance de uma mudança de política em janeiro.
"Por enquanto, não acho que a chance de isso acontecer seja grande", disse Ueda em uma entrevista realizada na terça-feira.
Ueda afirmou que é desejável que os salários aumentem no próximo ano mais ou menos no mesmo ritmo deste ano "ou um pouco mais rápido", acrescentando que o Banco do Japão também examinará até que ponto as empresas repassarão os custos trabalhistas mais altos aos clientes de serviços.
Ele acrescentou que ainda não está "muito" convencido de que o Japão pode prever que a inflação atingirá de forma sustentável a meta de 2% do banco central, enfatizando a necessidade de manter a política monetária ultrafrouxa por enquanto.
Embora o banco central vá considerar as perspectivas de salários e preços ao decidir sua política monetária, a chance de retirar as taxas de juros de curto prazo do território negativo no próximo ano "não é zero", acrescentou ele.
Um fator importante será se os aumentos dos salários se estenderão às empresas menores nas negociações salariais anuais do próximo ano com os sindicatos.
Com a inflação excedendo sua meta de 2% há mais de um ano, muitos participantes do mercado esperam que o Banco do Japão acabe com as taxas de juros negativas no próximo ano, com alguns apostando na possibilidade de ação já em janeiro.
Os gerentes das agências regionais do banco central se reunirão antes da decisão de política monetária do banco em 22 e 23 de janeiro.