Por Giuseppe Fonte
ROMA (Reuters) - A Itália aprovou nesta quinta-feira um decreto que reforça o controle do gabinete da primeira-ministra, Giorgia Meloni, sobre o plano de recuperação pós-Covid do país, disseram autoridades do governo, enquanto Roma busca obter o valor total de cerca de 200 bilhões de euros em financiamento da União Europeia.
Até agora, Roma já garantiu quase 86 bilhões de euros do dinheiro da União Europeia que lhe é devido até 2026, mas está lutando cada vez mais para cumprir as chamadas "metas e marcos" acordadas com as autoridades da UE para desbloquear fundos.
O governo também está atrasado na utilização dos fundos. Seu programa de investimento inicial previa gastos superiores a 40 bilhões de euros até 2022, mas essa estimativa foi revisada para baixo em três ocasiões e ficou abaixo de 20 bilhões de euros em dezembro.
Meloni criará uma unidade dedicada dentro de seu escritório responsável pela implementação do plano de recuperação. O novo órgão substituirá uma entidade separada criada pelo antecessor de Meloni, Mario Draghi, que permaneceria em vigor até 2026, mesmo após a mudança de governo.
A medida sinaliza o objetivo de Meloni de colocar o processo de tomada de decisão do plano nas mãos de seus principais assessores, disseram as autoridades.
De acordo com um rascunho visto pela Reuters, o decreto permite ao governo remover gestores públicos que estão atrasados em seu trabalho e fortalece os poderes de Roma para superar a oposição das autoridades locais contra projetos financiados pela UE.
(Reportagem de Giuseppe Fonte)