Por Vladimir Soldatkin
MOSCOU (Reuters) - O primeiro-ministro armênio Nikol Pashinyan, que foi levado ao poder após protestos pró-democracia em 2018, renunciou ao cargo e deu início a um processo eleitoral antecipado após inúmeras críticas sobre como lidou com o conflito em Nagorno-Karabakh no ano passado.
Sua renúncia, que era esperada, acontece um dia depois de o presidente dos EUA, Joe Biden, afirmar que o massacre de armênios pelo Império Otomano em 1915 constituiu um genocídio, uma declaração que foi bem recebida pelos armênios em todo o mundo e condenada pela Turquia.
Pashinyan disse a Biden que a decisão simbólica era questão de segurança para a Armênia após o conflito de seis semanas sobre Nagorno-Karabakh, no qual a Turquia apoiou o Azerbaijão, vizinho da Armênia, onde o enclave povoado por armênios está localizado.
Pashinyan estava sob pressão para renunciar desde que concordou com um cessar-fogo depois que os armênios étnicos perderam território em combate com as forças azeris dentro e nos arredores de Nagorno-Karabakh.
Ele já havia indicado uma data de 20 de junho para eleições antecipadas.
Ao anunciar a renúncia, ele disse em sua página do Facebook neste domingo que estava devolvendo o poder recebido dos cidadãos para que pudessem decidir o futuro do governo por meio de eleições livres e justas.
Ele disse que foi obrigado a concordar com o acordo de paz, intermediado pela Rússia, para evitar maiores perdas humanas e territoriais. O exército armênio pediu sua renúncia e ele tentou demitir o chefe do Estado-Maior, decisão bloqueada pelo presidente da antiga república soviética.