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Processo de adesão à OCDE é longo, diz ministro da Economia

Publicado 21.06.2022, 18:13
© Reuters.

Agência Brasil - O processo de adesão do Brasil à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) será longo, disse hoje (21) o ministro da Economia, Paulo Guedes, durante a abertura do evento Semana Brasil-OCDE. Segundo Guedes, o Brasil está atrasado no ingresso ao grupo, que reúne as economias mais industrializadas do planeta e recomenda políticas públicas para os países-membros.

“O processo de acessão à OCDE é longo e pode ter algum tempo pela frente. O Brasil está atrasado, nos interessa receber influência favorável da OCDE. E é importante para a OCDE que o Brasil entre, é a maior potência verde do planeta”, declarou o ministro no evento de abertura do encontro, que vai até sexta-feira (24) e reúne representantes da OCDE e de diversos países latino-americanos.

Segundo o ministro, a entrada do Brasil na OCDE é prioridade do governo, que, nas palavras dele, busca promover uma agenda de integração global. “Desde o início do nosso governo, fizemos movimentos decisivos em direção à OCDE. Não é só a complementação de instrumentos. É um processo longo, que pode ter algum tempo pela frente. Mas o governo colocou como prioridade a integração global”, disse.

No discurso, Guedes classificou o Brasil como uma “grande democracia liberal” e disse que o país tem contribuições importantes em termos de sustentabilidade ambiental. “Somos parte decisiva da preservação ambiental. O mundo nos tem tratado como se fôssemos um problema. A OCDE olha para o Brasil como parte da solução da sustentabilidade. Temos a matriz energética mais limpa do mundo”, destacou, sem detalhar dados. No início de junho, a OCDE aprovou os “roteiros de acessão” do Brasil e de mais quatro países – Peru, Croácia, Bulgária e Romênia – ao grupo. Cada país terá o plano de adesão avaliado por comitês da OCDE ao longo dos próximos anos.

Apoio de emergentes

O ministro da Economia também destacou que os países emergentes pretendem usar o espaço que têm no G20 (grupo das 20 maiores economias do planeta) para fornecer apoio à OCDE. Segundo ele, Brasil, Índia e Indonésia aproveitarão o revezamento no comando do G20 nos próximos anos para traçar um “programa comum de apoio ao secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann”.

De acordo com Guedes, o Brasil pode ajudar a Europa a produzir energia limpa e ser um ator importante no fornecimento global de alimentos. "O Brasil é parte da segurança energética da Europa. Vamos produzir energia limpa e renovável. O país é uma fronteira de investimentos, não só em atividades convencionais, mas fundamentalmente um ator decisivo na segurança energética e alimentar global”, declarou.

Parcerias

Também presente à abertura do evento, o secretário-geral da OCDE afirmou que a adesão do Brasil representa uma oportunidade para o grupo, à medida que incluirá a maior economia da América Latina e um membro do G20. Cormann destacou que o Brasil está alinhado com 121 dos 229 instrumentos legais da OCDE e tem sido um “parceiro-chave para a organização”. Atualmente, o Brasil tem status de parceiro do grupo.

Cormann destacou o papel do Brasil na proposta de reforma tributária global, que pretende instituir um imposto mínimo global sobre empresas multinacionais. Sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia, o secretário-geral afirmou que o Brasil e a América Latina sentem os efeitos do conflito, que afeta a economia de todo o planeta, mas cobrou que a região continue a fazer reformas para adequar-se às políticas da OCDE e agir contra a mudança climática.

“Esperamos que o impacto da guerra no Brasil seja negativo, como em todo o mundo. Conforme o Brasil e os países respondam ao desafio no curto prazo, não podemos perder de vista reformas estruturais de longo prazo”, destacou. “O mundo precisa urgentemente de ações mais ambiciosas a respeito da mudança climática”, acrescentou.

Inicialmente previsto para comparecer à cerimônia, o presidente Jair Bolsonaro não foi à solenidade de abertura da Semana Brasil-OCDE. Coube ao vice-presidente Hamilton Mourão representar o presidente da República.

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