LA PAZ (Reuters) - Procuradores bolivianos emitiram nesta quarta-feira um mandado de prisão contra o ex-presidente Evo Morales por suposta sedição e terrorismo relacionados a acusações do governo interino de que o ex-presidente estaria causando distúrbios desde que renunciou ao cargo.
Luis Fernando Guarachi, chefe da Divisão de Corrupção Pública da polícia boliviana, confirmou a jornalistas em La Paz que o mandado foi emitido.
O ministro do Interior boliviano, Arturo Murillo, do governo interino da presidente Jeanine Añez, divulgou uma foto pelo Twitter do que parecia ser o mandado de prisão e acrescentou: "FYI Señor (Morales)."
Morales deixou a Bolívia e foi para o México em meados de novembro, depois de sofrer intensa pressão de forças de segurança após uma eleição contestada, no que descreveu como um golpe de Estado.
Na semana passada, Morales foi para a Argentina, poucos dias após a posse do presidente peronista Alberto Fernández. Ele recebeu asilo e está a caminho do "status definitivo de refugiado", disse o Ministério do Interior da Argentina em comunicado.
O caso contra Morales na Bolívia se concentra em um vídeo obtido pelo ministro Murillo, que no mês passado apresentou uma queixa criminal contra o ex-líder socialista.
No vídeo, um boliviano é mostrado conversando com alguém em um viva-voz que parece estar dirigindo planos para bloqueios em estradas. Murillo disse que a voz no viva-voz era a de Morales.
Morales respondeu no Twitter que as autoridades deveriam investigar a morte de manifestantes em vez de ir atrás dele com base no que chamou de evidência inventada.
A Reuters não pôde verificar a autenticidade do vídeo.
(Reportagem de Danny Ramos)