Por David Morgan e Richard Cowan e Moira Warburton
WASHINGTON (Reuters) - Um projeto de lei para suspender o teto da dívida de 31,4 trilhões de dólares do governo dos Estados Unidos e evitar um calote desastroso superou um importante obstáculo processual na Câmara dos Deputados do país nesta quarta-feira, o que prepara o terreno para uma votação sobre o acordo bipartidário da dívida.
Os republicanos controlam a Câmara por uma estreita maioria de 222 a 213. Mas o acordo precisará do apoio dos republicanos do presidente da Casa, Kevin McCarthy, e dos democratas do presidente norte-americano, Joe Biden, para ser aprovado, já que membros de ambos os partidos se opõem a partes significativas da proposta.
A votação processual, que permite o início do debate e depois a votação do próprio projeto de lei, foi aprovada por 241 votos a 187, com 52 democratas necessários para superar a oposição de 29 republicanos.
McCarthy previu que a próxima votação, prevista para cerca das 21h30 (horário de Brasília), seria um sucesso e disse a repórteres que "vai se tornar lei".
A matéria suspende o teto da dívida dos EUA até 1º de janeiro de 2025, o que significa que não haveria um limite até essa data, o que permitiria que Biden e os parlamentares deixassem de lado a questão politicamente arriscada até depois da eleição presidencial de novembro de 2024.
A medida também limita alguns gastos do governo nos próximos dois anos, acelera o processo de licenciamento de alguns projetos de energia, recupera fundos não utilizados da Covid-19 e expande os requisitos de trabalho para programas de ajuda alimentar a beneficiários adicionais.
Biden espera ter a legislação em sua mesa até o prazo de 5 de junho, quando o governo federal pode ficar sem dinheiro para pagar suas contas, disse a Casa Branca.
Uma votação bem-sucedida na Câmara enviaria o projeto primeiro ao Senado, onde poderia haver o risco de atraso, a menos que o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, e o líder republicano Mitch McConnell concordassem em acelerar a tramitação.
Os republicanos querem que Schumer permita votos de emendas em troca de uma tramitação mais rápida. Mas Schumer aparentemente descartou as emendas nesta quarta-feira. "Não podemos enviar nada de volta à Câmara, é simples e direto. Devemos evitar a inadimplência", disse a repórteres.