BRASÍLIA (Reuters) - A recuperação da economia brasileira no pós-pandemia tende a ser em formato de U, afirmou nesta quarta-feira o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, indicando que ela não será tão rápida como chegou a aventar o ministro da Economia, Paulo Guedes.
"Nossa recuperação tende a não ser em V. Recuperação tende a ser mais no formato em U", afirmou ele, em coletiva virtual de imprensa.
Também presente na coletiva, o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, afirmou que isso não significa que o governo está abrindo mão da ideia de recuperação em V, mas que está colocando a situação econômica como ela é vista no momento.
Pelos cálculos da Secretaria de Política Econômica (SPE), a economia só voltará ao nível atingido no fim de 2019 em 2022.
Após a SPE ter revisado seu cálculo para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano a uma queda de 4,7% --patamar que considera o fim das medidas de isolamento social em maio--, o subsecretário de Política Macroeconômica, Vladimir Kuhl Teles, afirmou que, se esses esforços para frear a disseminação do coronavírus forem mantidos até o final de junho, "certamente haverá queda maior do que 6% do PIB".
Sobre as medidas de socorro durante a crise, em especial a duração do auxílio emergencial de 600 reais, os membros da equipe econômica ressaltaram na coletiva que as ações do governo são transitórias, e que foram desenhadas para ter começo, meio e fim.
"Isso no tempo devido será analisado", afirmou Waldery, sobre eventual extensão ou reformatação do auxílio.
(Por Marcela Ayres)