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Reforma eleva custo das aéreas em R$ 11 bi, diz CEO da Latam

Publicado 02.10.2023, 09:27
© Reuters.  Reforma eleva custo das aéreas em R$ 11 bi, diz CEO da Latam

O CEO da Latam Brasil, Jerome Cadier, 53 anos, disse que as companhias aéreas precisariam de R$ 11 bilhões a mais por ano para pagar impostos caso a reforma tributária em discussão no Congresso seja aprovada.

Os 27% de alíquota esperada do IVA sobre as passagens aéreas representaria aumento de até 286% em relação à soma das alíquotas atuais de impostos, de 7% a 9%. “Não estamos pleiteando redução de carga tributária, mas precisamos evitar tributar ainda mais a aviação brasileira”, disse Cadier.

Os R$ 11 bilhões seriam a diferença de pagamento de impostos caso as vendas de passagens fiquem no patamar atual. As compensações que o governo argumenta haver com a reforma não mitigariam essa elevação de custos. Um dos argumentos é que haverá aumento do PIB (Produto Interno Bruto). Esse benefício só viria no longo prazo. Antes disso, porém, haveria aumento no preço das passagens.

Assista a entrevista de Jerome Cadier (37min33s):

Abaixo, trechos da entrevista:

  • recuperação pós-pandemia – “O mercado doméstico já se recuperou. Está em patamares acima de 2019. O transporte com outros países está de 15% a 20% abaixo, numa tendência de recuperação. Acho que a gente só chega ao patamar de 2019 em 2024“;
  • preço das passagens – “as pessoas olham paras as companhias aéreas e falam: o objetivo de vocês é cobrar mais caro. O objetivo das companhias aéreas é crescer, coisa que não acontece há 10 anos no Brasil. Independentemente da pandemia, está no mesmo nível de 2010. A gente vem com um desejo de crescimento muito grande, que só vai acontecer com redução do custo que vai permitir redução da passagem”;
  • potencial – “Antes da pandemia, a gente tinha 20 milhões de pessoas viajando de avião e 100 milhões de passageiros, ou passagens, por ano para 200 milhões de habitantes aproximadamente. É 0,5 passageiro por habitante por ano. No Chile são mais de 1. Nos Estados Unidos são 2,5. Na Europa existem países com 3,5. Há uma aposta muito grande de que esse 0,5 se transforme em 0,8, em 1,2. A gente tem potencial para isso e um país que precisa da aviação, porque as distâncias são muito grandes”;
  • combustível – “O custo do combustível brasileiro é o mais alto do mundo, 40% do custo de uma companhia aérea. Nos EUA, é 22%. Hoje, de 2% a 3% das emissões de gases com efeito estufa no mundo vêm da aviação. O futuro é um combustível renovável, que não venha do petróleo. A adoção precisa ser gradual. Hoje não tem disponibilidade e o custo é 3 vezes maior”;
  • atração de turistas – “Há mais de 10 anos, o número de turistas que vêm para o Brasil a cada ano está estagnado em 6 milhões. Paris recebe 60 milhões por ano. O Peru trabalhou bem a marca do país. A Colômbia trabalhou o café. A gente precisa de um trabalho de longo prazo. Muita gente fica boquiaberta com Niagara Falls porque nunca foi para Foz do Iguaçu. O brasileiro sabe servir no sentido mais nobre da palavra. E esse é um ativo maravilhoso. O turista que vem fala com outras 5 pessoas”;
  • limite de horas de trabalho – “A gente tinha um voo para Tel Aviv em que não podia voar com tripulação brasileira na época [por causa da duração], só com a da Latam do Chile. Isso limita a quantidade de empregos no Brasil“;
  • judicialização – “A Latam Brasil tem 55% da operação da Latam como um todo. Mas aqui estão 99% das ações na Justiça [de todo o grupo]. Isso apesar de a gente ser a companhia aérea mais pontual do mundo e a que menos cancela voos. O brasileiro tem o hábito de entrar na Justiça contra as companhias aéreas e isso acaba sendo um custo muito grande. Entre R$ 10 a R$ 15 de cada passagem são separados para pagar o custo disso. Há companhias norte-americanas com 2% de sua operação no Brasil e 90% das ações que têm na Justiça”;
  • aeroportos do Rio – “A decisão foi: vamos definir uma vocação para o Santos Dumont como só podendo voar para aeroportos nacionais a menos de 400 km [a partir de 2024]. Então só pode Congonhas. Nem Guarulhos e Brasília. Aí talvez tenha ido longe demais. Deixa a concorrência e o passageiro definirem. É importante que as regras não mudem com frequência, porque o custo aumenta. Há poucas companhias operando domesticamente, muito por causa dessa insegurança regulatória”;
  • programas de milhagem – “Quando as regras são burladas com a compra e a venda de milhas, de repente há um mercado que não existia antes, que faz com que cada milha valha menos. Esse tipo de atividade só existe no Brasil”;
  • plástico – “A gente já eliminou, em 2 anos, 90% do plástico de uso único [nos voos], mais de 1.600 toneladas anuais. Até o final de 2023, a gente vai eliminar tudo, 1.800 toneladas. Os talheres descartáveis são de madeira”.

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