ASSUNÇÃO (Reuters) - O ex-jogador Ronaldinho Gaúcho e seu irmão Roberto Assis vão cumprir prisão domiciliar em um hotel do centro de Assunção, decidiu nesta terça-feira o juiz do Paraguai responsável pela investigação em que ambos são acusados de usar passaportes com conteúdo falso para ingressar no país.
Os irmãos foram presos no dia 6 de março em um quartel policial nas redondezas de Assunção, dois dias depois que as autoridades apreenderam os documentos com conteúdo adulterado no quarto de hotel em que eles se hospedavam.
O juiz Gustavo Amarilla disse que tomou a decisão de conceder a medida cautelar porque a procuradoria não encontrou elementos para ampliar a denúncia contra o jogador e seu irmão, e porque os acusados apresentaram uma fiança de 800 mil dólares cada, que foi depositada em um banco local.
"É uma fiança significativa", afirmou Amarilla.
Pouco depois de informar sua decisão, o juiz se comunicou por videoconferência com os irmãos, e perguntou se eles sabiam sobre a fiança oferecida e se estavam de acordo com a decisão. Ambos responderam de maneira afirmativa. O magistrado também deixou claro que o dinheiro seria devolvido ao fim do processo.
Ronaldinho e seu irmão ficarão hospedados no Palmaroga, um hotel quatro estrelas de arquitetura colonial localizado no centro histórico da capital paraguaia. Poderão se comunicar livremente e poderão receber visitas, disse Amarilla.
O juiz havia recusado o primeiro pedido de prisão domiciliar protocolado no dia 10 de março com o argumento de que existiria perigo de fuga. Desta vez, afirmou que a perícia conduzida pela promotoria favorecia a situação processual dos detidos.
A promotoria acusou os brasileiros de utilizarem documentos públicos de conteúdo falso, um delito com expectativa de cinco anos de prisão no país.
O jogador campeão do mundo com a seleção brasileira em 2002 se aposentou do futebol profissional em 2015 após ter vestido as camisas de Barcelona, PSG, Milan, Grêmio, Flamengo e Atlético Mineiro, entre outros clubes. Ronaldinho completou 40 anos no último dia 21 de março, enquanto estava na prisão.
(Reportagem de Daniela Desantis)