Por Pedro Fonseca
(Reuters) - Manifestantes favoráveis e contrários ao presidente Jair Bolsonaro foram às ruas neste domingo, em São Paulo, em atos realizados em locais distintos e acompanhados de perto pela polícia.
Em maior número, o grupo de oposição a Bolsonaro marchou pela Avenida Paulista após concentração em frente ao Masp. O ato foi convocado por grupos populares e contou com a participação de torcedores de times de futebol de São Paulo, como tem ocorrido nos últimos domingo.
Manifestantes levaram cartazes em defesa da democracia e pediram o impeachment do presidente da República, que é alvo de dezenas de pedidos de afastamento apresentados à Câmara dos Deputados. Uma enorme faixa "Fora Bolsonaro" foi aberta na avenida.
O protesto a favor do presidente ocorreu nos arredores do Viaduto do Chá, perto da sede da Prefeitura de São Paulo. Participantes levaram cartazes com críticas ao governador de SP, João Doria (PSDB), um dos principais adversários políticos do presidente.
Assim como no fim de semana passado, os atos foram realizados em locais diferentes para evitar conflitos, depois de terem sido registrados tumultos em atos no fim do mês passado, em que a polícia usou bombas de efeito moral para evitar que grupos favoráveis e contrário ao presidente entrassem em confronto na Avenida Paulista.
Policiais militares estavam presentes em ambos as manifestações deste domingo, mas não houve registro de ocorrências.
Imagens exibidas ao vivo pela Globonews por volta das 15h mostraram um número maior de manifestantes no ato contra o presidente do que na manifestação dos apoiadores. A Polícia Militar não divulgou estimativas de presentes.
Apesar de a maioria dos manifestantes estar usando máscara, os protestos resultaram em aglomerações, o que contraria recomendação das autoridades de saúde para frear a disseminação da Covid-19, doença respiratória causada pelo novo coronavírus.
Neste domingo também houve um ato de apoio ao presidente em Brasília, onde manifestantes se reuniram em frente ao quartel-general do Exército e levaram cartazes defendendo o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Os apoiadores de Bolsonaro não puderam se reunir na Esplanada dos Ministérios, como costumam fazer aos domingos, uma vez que o governo do Distrito Federal fechou o local para carros e pedestres.
A decisão foi tomada por decreto publicado na noite de sábado depois que um grupo de apoiadores de Bolsonaro subiu na parte externa do prédio do Congresso Nacional e tentou invadir áreas restritas, após ser expulso mais cedo pela polícia do DF de um acampamento na Esplanada.