Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro prometeu nesta segunda-feira que vai indicar um pastor para o Supremo Tribunal Federal (STF) na segunda vaga na corte que será aberta no próximo ano com a futura aposentadoria do ministro Marco Aurélio Mello, em meio a críticas de evangélicos por ele ter indicado o desembargador Kassio Nunes, do TRF-1, para ocupar a cadeira com a saída do decano Celso de Mello.
"Vamos ter no Supremo Tribunal Federal um ministro terrivelmente evangélico. Agora mais ainda, alguns --um pouco precipitados-- achavam que deveria ser a primeira vaga que eu acabei de indicar", disse.
"A segunda vaga, que vai ser em julho do ano que vem, com toda certeza, mais do que um terrivelmente evangélico, se Deus quiser, nós teremos lá dentro um pastor", emendou ele, em um culto em homenagem ao pastor Wellington Bezerra da Costa, presidente das Igrejas Evangélicas Assembleia de Deus do Brasil, em São Paulo.
Bolsonaro disse, sob aplausos, aos presentes para imaginar as sessões "daquele Supremo Tribunal Federal começar com uma oração".
Houve lideranças evangélicas, como o pastor Silas Malafaia, que criticaram o presidente por não ter indicado logo para a primeira vaga um ministro evangélico, conforme havia prometido anteriormente.
O presidente, contudo, rebateu Malafaia e defendeu a indicação de Kassio Nunes.
“Esta autoridade do Rio de Janeiro queria que indicasse um dele, devem saber de quem eu estou falando, né? Tem vários vídeos aí, uma pessoa que ainda diz que tem Deus no coração”", disse Bolsonaro, que não citou diretamente Malafaia.
Católico, Bolsonaro tem se aproximado desde antes da eleição de 2018 dos evangélicos, que têm crescido em número no país. Presente ao ato desta segunda, a esposa dele, Michelle Bolsonaro, é evangélica.