Por Jonathan Landay
WASHINGTON (Reuters) - Milhares de seguidores do presidente Donald Trump marcharam em Washington, neste sábado, em apoio às suas alegações sem fundamento de que a eleição foi fraudada, enquanto ele ainda mantém ações legais com poucas chances de sucesso para tentar reverter a vitória do presidente eleito Joe Biden.
Trump tem conseguido pouco avanço nos tribunais com suas ações e, pela primeira vez na sexta-feira, começou a soar receoso em relação às suas perspectivas, dizendo a repórteres que o “tempo dirá” quem ocupará a Casa Branca a partir do Dia da Posse, em 20 de janeiro.
Seguidores de Trump carregando bandeiras, alguns entoando “Parem o roubo!” e “We are the Champions!”, referência à música da banda Queen, reuniram-se no Freedom Plaza, perto da Casa Branca, no centro de Washington, e planejavam se dirigir à sede da Suprema Corte.
Os manifestantes em Washington e outras cidades reuniram uma mistura de apoiadores do presidente, incluindo personalidades conservadoras e membros do grupo de extrema-direita Proud Boys e da milícia Oath Keepers, em uma expressão pública de apoio às suas tentativas de permanecer no poder.
A comitiva de Trump passou lentamente pela multidão em seu trajeto da Casa Branca a um campo de golfe em Sterling, Virginia. Apoiadores brandindo bandeiras gritavam “USA!” e “Mais quatro anos!” enquanto os carros passavam. Fora do trajeto, manifestantes anti-trump mostravam cartazes que incluíam a mensagem “Nós votamos - você foi demitido”.
Biden solidificou ainda mais a sua vitória na sexta-feira, quando resultados da Edison Research mostraram que ele venceu o Estado da Georgia, chegando a um total de 306 votos no Colégio Eleitoral, bem mais que os 270 que ele precisa para ser eleito presidente, contra 232 de Trump.
Trump tem se recusado a conceder a vitória a Biden e alega, sem evidências, que ele foi roubado por uma ampla fraude eleitoral. Autoridades eleitorais dos Estados não relataram irregularidades sérias e várias das suas ações legais não tiveram sucesso nos tribunais.
Autoridades federais de segurança das eleições não encontraram evidências de que qualquer sistema eleitoral apagou, perdeu ou modificou votos, “ou foi de alguma maneira comprometido”, segundo dois grupos de segurança em um comunicado emitido na quinta-feira pela principal agência norte-americana de segurança cibernética.
Para conquistar um segundo mandato, Trump precisaria reverter a vantagem de Biden em pelo menos três Estados, mas até agora não conseguiu apresentar evidências de que conseguirá em nenhum deles.
Os Estados tem até 8 de dezembro para certificar seus resultados e definir os membros do Colégio Eleitoral, que oficialmente escolherão o novo presidente em 14 de dezembro.
A recusa de Trump de aceitar a derrota emperrou a transição de poder. A agência federal que libera as verba para o presidente eleito, a Administração de Serviços Gerais, ainda não reconheceu a vitória de Biden, negando-lhe acesso a recursos e escritórios federais.
(Reportagem de Jonathan Landay)