BRASÍLIA (Reuters) - Após reunião com senadores, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), afirmou que a votação dos destaques à reforma da Previdência será retomada nesta quarta-feira.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), havia marcado a sessão para os senadores continuarem a votação de destaques, interrompida na madrugada, para 11h, mas até 12h30, a reforma da Previdência ainda não tinha sido retomada.
Bezerra se reuniu com senadores nesta manhã para, segundo uma fonte, avaliar os riscos e as garantias de se retomar a votação dos destaques nesta quarta, após o governo sofrer uma derrota no último destaque votado no fim da noite de terça, sobre o abono salarial.
Dois pontos pesavam e forçaram os senadores a uma reavaliação sobre a viabilidade de seguir a votação da reforma nesta quarta, informou uma fonte.
Um deles diz respeito a um desconforto do Senado em relação à forma como a Câmara tem conduzido as medidas do pacto federativo, em especial à proposta da cessão onerosa.
Uma segunda variável tem a ver com o próprio líder do governo na Casa. Bezerra já vinha cantando a pedra de que poderia haver problemas, principalmente com o destaque sobre o abono salarial, mas novas derrotas em plenário poderiam desgastá-lo, justamente em um momento de suspense sobre sua permanência no cargo. O senador colocou o cargo à disposição após uma operação da Polícia Federal em seu gabinete e Casa, considerada por ele um “excesso”.
O Senado aprovou na véspera texto principal da proposta e analisou destaques, impondo uma derrota ao governo ao aprovar emenda que rejeita as novas regras para o abono salarial, com impacto de mais de 76 bilhões de reais na economia pretendida pelo governo em dez anos.
Restaram ainda outras seis destaques para análise à parte, em sessão convocada para às 11h desta quarta. A sessão foi reaberta, mas, às 12h50, a análise dos destaques ainda não tinha sido retomada.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)