Por Alberto Alerigi Jr.
SÃO PAULO (Reuters) - A receita líquida da indústria de máquinas e equipamentos do Brasil em outubro subiu 1,9% sobre o mesmo período do ano passado, para 7,64 bilhões de reais, puxada pela demanda interna, informou nesta terça-feira a associação que representa o setor, Abimaq.
Segundo a entidade, o consumo aparente de máquinas no Brasil disparou 33,7% na mesma comparação, para cerca de 14 bilhões de reais. No ano, o indicador acumula crescimento de 15,9%, a 107,24 bilhões de reais.
A Abimaq citou melhora nas vendas de bens sob encomenda, voltados para grandes projetos e que costumam carregar margem melhor de lucro, principalmente para os setores de celulose e mineração.
Mas as exportações do setor recuaram 21% em outubro sobre um ano antes, apesar do câmbio mais favorável, enquanto as importações subiram 39,7%, para 1,95 bilhão de reais, em meio a medidas tomadas pelo governo federal de redução de imposto de importação para uma série de equipamentos neste ano.
"Ainda que o câmbio ao redor de 4 reais por dólar tenha proporcionado melhora nos retornos financeiros dos exportadores de máquinas e equipamentos, o cenário internacional em desaceleração vem inviabilizando o aumento das vendas, principalmente nos países da América Latina, alguns países da Europa e na China", afirmou a Abimaq.
Sobre as importações, a entidade citou que parte da alta pode ser atribuída ao setor de petróleo e gás, que tem comprado componentes para geração de energia, válvulas, tubulações e equipamentos para sondagem e exploração. A Abimaq afirmou ainda que o crescimento nas compras de equipamentos importados está ligado a alterações no programa "Repetro-Sped", "que proporcionaram mudanças na propriedade dos equipamentos de pesquisa e exploração de petróleo e gás natural de subsidiárias localizadas no exterior para empresas sediadas no Brasil".
A Abimaq afirmou que a carteira de pedidos do setor de máquinas e equipamentos subiu 2,3% em outubro sobre o mesmo mês do ano passado e 14,1% ante setembro, "sinalizando uma melhora nas encomendas de bens não seriados".
Apesar disso, o setor segue trabalhando com um nível de ociosidade de cerca de 25%, afirmou a Abimaq.