Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar na quinta-feira o recurso da Advocacia-Geral da União (AGU) que decidirá se o depoimento do presidente Jair Bolsonaro no inquérito que apura se ele tentou interferir na Polícia Federal será por escrito ou presencial, determinou o presidente da corte, Luiz Fux.
Mais cedo, o relator do inquérito, Celso de Mello, havia pedido a inclusão do processo na pauta.
Na prática, Fux só tinha as duas sessões desta semana para incluir o tema na pauta, uma vez que Celso de Mello já anunciou que vai se aposentar do Supremo no dia 13 de outubro, terça-feira da semana que vem.
A expectativa era que Fux aceitasse o pedido, considerado como o "último" do decano antes de ele se aposentar, segundo uma fonte disse à Reuters mais cedo.
Na semana passada, logo após retornar da licença médica, Celso de Mello revogou decisão do colega Marco Aurélio Mello, relator interino do caso, que havia agendado para a sexta-feira passada, o início de um julgamento pelo plenário virtual sobre o formato do depoimento de Bolsonaro.
O depoimento do presidente deve ser um dos últimos atos do inquérito aberto em abril para investigar se o presidente tentou interferir na Polícia Federal, conforme declarações feitas na ocasião pelo então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, que pediu demissão após o fato.
Bolsonaro já negou ter cometido irregularidades. Após a conclusão das investigações, caberá ao procurador-geral da República, Augusto Aras, decidir se vai denunciar o presidente, pedir arquivamento da apuração ou ainda novas diligências.