Por Andre Romani
SÃO PAULO (Reuters) - O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Galassi, disse nesta terça-feira que lojas do setor começaram a enfrentar dificuldades de abastecimento diante dos bloqueios de estradas do país promovidos por manifestantes bolsonaristas.
Os protestos bloqueiam total ou parcialmente rodovias pelo país desde domingo à noite e são promovidos por manifestantes insatisfeitos com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial, tendo ganhado impulso com o silêncio de Bolsonaro sobre o resultado.
Galassi, da Abras, afirmou em comunicado que pediu a Bolsonaro apoio sobre "dificuldades de abastecimento que já começam a enfrentar os supermercadistas em função da paralisação dos caminhoneiros nas estradas do país".
O GPA, dono da bandeira Pão de Açúcar (BVMF:PCAR3), afirmou em comunicado que "registra atraso pontual no recebimento e expedição de algumas mercadorias, ainda sem impacto significativo". A companhia também disse que trabalha em alternativas para minimizar problemas, sem dar detalhes.
O Carrefour (BVMF:CRFB3) Brasil, dono da marca Atacadão, disse em comunicado que "segue sem grandes problemas de abastecimento em suas lojas em função dos volumes de estoques", acrescentando que busca alternativas para caso as paralisações continuem.
Apoiadores de Bolsonaro interditavam 230 pontos de estradas em 21 Estados e no Distrito Federal até o fim da manhã desta terça-feira, apesar de decisão do Supremo Tribunal Federal determinando o desbloqueio imediato das vias tanto pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) como pelas polícias militares estaduais.