Por Camila Moreira e Marcela Ayres
SÃO PAULO/BRASÍLIA (Reuters) - O Tesouro Nacional informou nesta quarta-feira que concedeu mandato para emissão de títulos em dólares no mercado internacional, com dois novos papéis.
Os títulos novos são de 5 anos, com vencimento em 2025, o Global 2025, e de 10 anos, com vencimento em 2030, o Global 2030.
"O objetivo da operação é dar continuidade à estratégia do Tesouro Nacional de promover a liquidez da curva de juros soberana em dólar no mercado externo, provendo referência para o setor corporativo, e antecipar financiamento de vencimentos em moeda estrangeira", informou o Tesouro em nota.
A operação será liderada pelos bancos Bank of America, Deutsche Bank, Itau BBA e JP Morgan.
Os títulos serão emitidos no mercado global e o resultado será divulgado ao final desta quarta-feira.
A última emissão externa havia sido feita pelo país em novembro de 2019, quando o Tesouro anunciou o lançamento do novo título Global 2050, com o qual levantou aproximadamente 2,5 bilhões de dólares, e a reabertura do Global 2029, no valor de 500 milhões de dólares.
Na época, o custo de proteção contra calote da dívida brasileira, medido por Credit Default Swaps (CDS) de cinco anos
Na prática, esse é um sinal de que o país pagará mais caro para captar recursos, avolumando a fila de países da região que acessaram o mercado externo.
Em abril, a emissão total da América Latina quadruplicou, para 16,5 bilhões de dólares, com governos e empresas correndo para fortalecer seus caixas contra a pandemia.
Chile, México, Guatemala, Paraguai, Panamá e Peru emitiram bônus soberanos, mesmo com custos mais altos.
No fim de março, o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, havia afirmado que emissões externas estavam sempre no radar, mas que esta ainda não era medida para aquele momento.