Washington, 2 ago (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira que assinou um acordo com a União Europeia (UE) para exportar a carne bovina produzida no país ao bloco, mas com a condição de que os animais não serão tratados com hormônios de crescimento.
"Hoje é um grande dia. Assinamos um acordo que tornará mais fácil exportar a carne bovina americana para a União Europeia. É uma tremenda vitória para os produtores americanos e, certamente, para os consumidores europeus porque a carne americana é considerada a melhor do mundo", disse Trump ao assinar o acordo.
O embaixador da UE em Washington, Stavros Lambrinidis, que também participou da cerimônia na Casa Branca, disse desejar que o acordo sirva para "fortalecer" as relações entre o bloco e o país.
"O acordo que assinamos hoje mostra que, como parceiros, podemos resolver problemas e, no espírito desta colaboração, dar forma ao mundo para que ele esteja baseado em fortes fortes abertos e fortes regras abertas", disse o diplomata.
Em junho, a Comissão Europeia anunciou que havia chegado a um acordo com o governo de Trump para importar carne americana, desde que ela não tinha sido adulterada com determinados hormônios de crescimento. Agora, para entrar em vigor, o pacto precisa passar por avaliação da Eurocâmara.
O acordo prevê que os produtores americanos poderão vender anualmente na Europa 35 mil toneladas de carne bovina a cada 12 meses durante um período máximo de 7 anos.
Os padrões sobre a qualidade da carne estabelecidos por EUA e UE são muito diferentes. Algumas empresas americanas são proibidas de vender na Europa porque usam hormônios para engordar artificialmente o gado, algo considerado prejudicial à saúde no bloco.
Em 1989, a UE proibiu a importação de carne bovina modificada geneticamente nos EUA. Depois, em 2003, o bloco decidiu vetar a compra de carne americana que fosse tratar com um hormônio chamado estradiol (um esteroide sexual feminino).
A decisão fez a Casa Branca apresentar uma ação formal contra a UE na Organização Mundial de Comércio (OMC). Em 2009, após anos de litígio, as partes firmaram um acordo no qual os EUA e outros países podiam vender 45 mil toneladas de carne bovina por ano aos países do bloco sem hormônios de crescimento.
O que o novo acordo estabelece é que, dessa cota de 45 mil toneladas, 35 mil sejam exclusivamente vendidas por produtores americanos.