Por Stefani Inouye
SÃO PAULO (Reuters) - A empresa de serviços financeiros UBS Group AG reduziu nesta quarta-feira sua projeção de crescimento da economia brasileira, apontando a falta de uma recuperação substancial nos níveis de investimento e eventos externos como fatores de influência na decisão.
A UBS reduziu suas projeções para o Produto Interno Bruto do Brasil para 0,80% este ano, de uma estimativa de 1% antes, e para 1,5% para 2020, de 2,2% anteriormente.
Para a UBS, os eventos recentes na Argentina e a desaceleração da economia global como resultado das tensões comerciais serão obstáculos ao crescimento do país à frente, ainda que até o momento as condições financeiras globais não tenham piorado, em meio a redução dos juros por bancos centrais das grandes economias.
O relatório divulgado nesta quarta-feira afirmou que, apesar da redução nas projeções, a instituição não acredita que o Brasil esteja enfrentando uma versão da chamada estagnação secular. "Não vemos uma ausência de oportunidades de investimento nem excesso de poupança, que são as marcas da estagnação secular", diz o documento.
A UBS projetou que a moeda brasileira fechará o ano de 2019 a um nível de 4 por dólar, assim como em 2020, de uma estimativa anterior de 3,80 e 3,75 por dólar, respectivamente.
O relatório também afirmou que o juros real mais baixo está levando a uma realocação de portfólio de investimentos em renda fixa para aplicações de maior risco, o que está permitindo que o mercado brasileiro de ações mantenha os ganhos recentes mesmo diante de uma oferta extra vinda de investidores estrangeiros liquidando suas posições.
Para a UBS, com a continuidade do processo de reformas, a expectativa é que esse processo de realocação de investimentos para a economia real também continue, o que contribuirá para o crescimento gradual da economia.