PARIS (Reuters) - A União Europeia analisará em breve as consequências de cortar a Rússia do sistema de pagamentos internacionais Swift antes de decidir se usará essa "arma nuclear financeira", disse o ministro das Finanças da França, nesta sexta-feira.
Na esteira da invasão da Ucrânia por Moscou, os países da UE já decidiram um pacote de sanções que cobriria 70% do mercado bancário russo.
Mas alguns países relutam em ir mais longe e cortar o acesso da Rússia à rede de transferência interbancária Swift devido a preocupações sobre como os pagamentos das importações de energia russa seriam feitos e se os credores da UE seriam pagos.
Por isso, os ministros das Finanças da UE pediram ao Banco Central Europeu e à Comissão Europeia que produzam uma análise "nas próximas horas" sobre as consequências de tal ação, disse o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire.
"Swift é a arma nuclear financeira, é o que permitiria que as instituições financeiras russas fossem cortadas de outras instituições em todo o mundo", disse Le Maire a jornalistas.
"Quando você tem uma arma nuclear nas mãos, pensa antes de usá-la, alguns Estados membros têm reservas, a França não é um deles", acrescentou.
O porta-voz do governo alemão disse que expulsar a Rússia do Swift seria tecnicamente difícil de organizar e teria um enorme impacto nas transações para a Alemanha e para empresas alemãs na Rússia.
E o ministro das Finanças alemão, Christian Lindner, disse: "Estamos abertos, mas você precisa saber o que está fazendo".
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pediu ao secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que use toda a influência de Washington para convencer países europeus hesitantes.
"Todas as opções estão na mesa, dadas as implicações potencialmente de longo alcance de cortar a Rússia do Swift", disse o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, na reunião dos ministros das Finanças.
"Esta opção deve ser apresentada aos Estados membros também com uma avaliação das implicações exatas para que possam tomar uma decisão informada", acrescentou.
(Por Leigh Thomas; reportagem adicional de Riham Alkousaa)