Por Jan Strupczewski
VERSALHES, França (Reuters) - Líderes da União Europeia prepararão o terreno na sexta-feira para possíveis gastos inesperados com a guerra na Ucrânia, mas não mencionarão qualquer nova emissão de dívida conjunta, mostrou um esboço das conclusões da cúpula.
Líderes dos 27 países da UE estão reunidos em Versalhes, perto de Paris, para discutir mais gastos com defesa após a invasão da Ucrânia por Moscou, a tentativa de Kiev de se tornar membro da UE e maneiras de tornar a Europa estrategicamente independente de fornecedores globais de energia, microchips e alimentos.
Emergindo da pandemia de Covid-19, que aumentou muito a dívida pública em toda a UE, os governos planejavam retirar gradualmente o apoio fiscal emergencial que foi adotado para manter as economias funcionando durante os lockdowns.
Mas a invasão da Ucrânia pela Rússia forçou a UE a repensar essa abordagem, com expectativa de aumento acentuado nos gastos com defesa e no investimento em fontes renováveis de energia para facilitar um afastamento do gás, petróleo e carvão russos.
"Nossas políticas fiscais nacionais precisarão levar em conta as necessidades gerais de investimento e refletir a nova situação geopolítica", disseram as autoridades, segundo o esboço.
"Vamos buscar políticas fiscais sólidas, que garantam a sustentabilidade da dívida para cada Estado-membro, inclusive incentivando investimentos que promovam o crescimento e sejam essenciais para nossos objetivos de 2030."
DÍVIDA CONJUNTA
Alguns países, como a França, querem nova dívida da UE emitida em conjunto para ajudar a amortecer o impacto da redução das importações de energia russa, das sanções impostas a Moscou e da pressão por mais independência dos fornecedores globais de alimentos e microchips.
Mas Alemanha, Holanda e outros países se opõem fortemente a tal medida, dizendo que há muito dinheiro ainda não utilizado no fundo de recuperação de 800 bilhões de euros da UE, que o bloco já está emprestando em conjunto para financiar muitos desses desafios.
"Temos outros instrumentos (além de uma nova dívida conjunta), vamos usá-los primeiro", disse uma autoridade da zona do euro.