Por Jan Strupczewski
BRUXELAS (Reuters) - A União Europeia precisa revisar radicalmente seu processo de tomada de decisões e financiamento antes de poder aceitar que mais países se juntem ao bloco de 27 nações até 2030, disse um documento encomendado a especialistas pelos governos francês e alemão, dividindo países integrantes da UE.
Oito países têm atualmente o status oficial de candidato a membro da UE – Turquia, Ucrânia, Moldávia, Albânia, Bósnia e Herzegovina, Montenegro, Macedônia do Norte e Sérvia – enquanto dois, a Geórgia e o Kosovo, são potenciais candidatos.
"Por razões geopolíticas, a expansão da UE está na prioridade da agenda política, mas a UE ainda não está preparada para acolher novos membros, nem institucional nem politicamente", afirma o relatório apresentado aos ministros da UE em Bruxelas nesta terça-feira.
O documento, visto por algumas autoridades como uma ideia inicial num longo debate nos próximos anos sobre como reformar a UE, recebeu críticas iniciais mistas por parte de ministros do governo da UE.
"Ele conseguiu concentrar o debate em alguns pontos e ao mesmo tempo polarizar as respostas dos Estados-membros", disse Pascual Ignacio Navarro Rios, ministro interino da Espanha para a Europa, em uma coletiva de imprensa.
Apesar de ter sido apresentado pelos dois países, o documento afirma que não deve ser encarado como uma representação das opiniões de Paris e Berlim. Ele diz ainda que a UE deveria avançar na direção de estabelecer que todas as suas decisões sejam definidas por maioria qualificada, em vez de reservar algumas áreas para acordos unânimes.
"As instituições e os mecanismos de tomada de decisão não foram concebidos para um grupo de até 37 países e... tornam difícil até mesmo para os 27 lidarem crises de forma eficaz e tomarem decisões estratégicas", afirma.
(Reportagem de Jan Strupczewski)